O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira, 23, a ampliação do programa Mais Médicos Especialistas, que agora vai oferecer 1.778 vagas, em vez de 500, para médicos atuarem no Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa tem como objetivo tentar reduzir as filas na rede pública, levando mais profissionais com residência médica em campos como oncologia e cardiologia para regiões carentes do País.
O programa ofertará 635 vagas para início em setembro, e outras 1.143 para cadastro reserva. Os médicos serão alocados em 245 unidades de saúde espalhadas pelo Brasil, com a seguinte distribuição regional: 146 vagas na região Norte, 239 no Nordeste, 45 no Centro-Oeste, 168 no Sudeste e 37 no Sul.
Segundo Felipe Proenço, secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, o edital deverá ser publicado nesta quinta-feira, 24, e as inscrições começam na próxima segunda, 28, por meio da plataforma Unasus.
Ainda de acordo com o secretário, a distribuição das vagas foi definida com base nas demandas apresentadas pelos Estados e municípios, considerando as necessidades locais e a capacidade de receber os profissionais.
Anúncio foi realizado durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 23. Foto: Reprodução/Ministério da Saúde
Como vai funcionar
Os médicos vão atuar em regiões prioritárias do SUS, com carga de 16 horas semanais em atividades assistenciais em policlínicas e hospitais públicos. Além disso, dedicarão quatro horas por semana a atividades educacionais, como mentorias remotas e imersões em serviços de referência.
Como incentivo, os profissionais receberão uma bolsa-formação a partir de R$ 10 mil, além de benefícios extras para regiões de difícil acesso, ajuda de custo para deslocamentos educacionais e complementação de licença-maternidade e paternidade.
As propostas voltadas à formação e qualificação dos profissionais integram as linhas de atuação do programa Agora Tem Especialistas.
Mais mil bolsas de residência
O ministério também anunciou mais mil bolsas para programas de residência médica e multiprofissional (incluindo áreas como fisioterapia, enfermagem e psicologia). Com isso, o total previsto passa de 3 mil para 4 mil bolsas, destinadas a programas voltados às áreas de saúde da mulher e da criança, enfermagem obstétrica, reabilitação e deficiência, oncologia e atenção primária à saúde.
Nesse âmbito, também haverá incentivos à preceptores, profissionais experientes que orientam e treinam outros. A cada novo programa de residência médica, serão pagos R$ 4 mil tanto ao coordenador quanto ao preceptor dos programas. Na residência multiprofissional, o coordenador receberá R$ 3 mil, e o tutor, R$ 2 mil.
Além dessa medida, para incentivar a ocupação de vagas em Patologia e Radioterapia, áreas do combate ao câncer, o governo vai oferecer uma trilha educacional integrada à residência, com foco em prática supervisionada. Quem aderir poderá receber uma bolsa-formação.
Programa Mais Médicos
Ainda na coletiva de imprensa, o Ministério da Saúde divulgou que o 41º ciclo do programa Mais Médicos bateu recorde de inscrições, com 45 mil candidatos.
Em julho, cerca de 3,1 mil profissionais começaram a atuar em equipes da Saúde da Família e em territórios indígenas. A maioria das vagas (75,1%) foi destinada a municípios de pequeno porte, localizados em áreas vulneráveis. Ao todo, 1.618 cidades foram contempladas nesta etapa.
Os médicos somaram-se aos 24,7 mil outros profissionais que atuam hoje em 4,2 mil municípios, alcançando 91% do território nacional, segundo dados da pasta.