BRAIP ads_banner

Bicho geográfico é frequente no verão; veja como evitar

CasaNotícias

Bicho geográfico é frequente no verão; veja como evitar

Conheça 6 mitos envolvendo a odontologia biológica, especialidade que não existe
Idosos com HIV: número de casos quadruplica em uma década, e médicos fazem alerta
Sensação de solidão é mais forte em duas fases da vida; veja quais e saiba como evitá-la

Bicho geográfico é o nome popular dado à infecção por larvas de vermes do gênero Ancylostoma. Esses parasitas invadem a pele humana quando pés, mãos ou mesmo nádegas entram em contato com solos contaminados — geralmente areia de praias ou parquinhos. O apelido vem das marcas deixadas pela larva, que ‘caminha’ pela camada superficial da pele, desenhando curvas.

Larvas presentes em areia contaminada podem infectar a pele Foto: Kieferpix/Ado

A condição não chega a ser grave, mas provoca lesões na pele e coceira, podendo ser um baita incômodo para quem só quer curtir as férias.

“A doença causa mais problemas durante o verão, porque é mais comum as pessoas frequentarem praias e praticarem esportes, como futebol e vôlei, em locais abertos”, diz a dermatologista Mônica Nunes, assessora de doenças infecciosas e parasitárias da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

A médica acrescenta que a infecção “pode e deve ser prevenida”. Por isso, é importante conhecê-la e ter atenção aos cuidados para evitá-la.

Quais são os sintomas?

O primeiro sinal de que uma pessoa está contaminada é o surgimento de um ponto vermelho na pele, no local onde a larva entrou. Ela também sentirá muita coceira.

“Nos dias seguintes, a larva faz trajetos sinuosos similares a mapas, por isso o nome popular de bicho geográfico”, explica Mônica sobre o avanço da doença, também chamada de dermatite serpiginosa. Isso acontece porque o parasita não consegue penetrar as camadas mais profundas da pele, então acaba circulando pela área mais superficial.

As marcas tendem a ser elevadas e avermelhadas, e podem ser acompanhadas por bolhas. Além da coceira intensa, mais acentuada à noite, também faz parte dos sintomas a sensação de movimento debaixo da pele.

Como acontece a transmissão?

As larvas são formas jovens de nematódeos do gênero Ancylostoma. Esses parasitas vivem no intestino de cães e gatos infectados, que ingeriram o verme adulto junto com água ou alimentos contaminados.

“Nos intestinos de cães e gatos, eles continuam seu ciclo de vida e os animais passam a eliminar os ovos dos vermes junto com as fezes”, explica Mônica. Encontrando condições favoráveis, os ovos eclodem e liberam as larvas no solo ou na areia.

Do chão, as larvas conseguem entrar no organismo dos humanos aproveitando-se de um ferimento ou perfurando a pele. Vale destacar que não existe transmissão do verme de uma pessoa para outra.

Como prevenir?

Geralmente, a larva acomete quem anda descalço ou senta, sem proteção, em locais de risco — o contato entre o solo contaminado e a pele precisa ser direto para ocorrer a infecção.

Por isso, permanecer calçado ao andar em áreas públicas e não sentar diretamente na areia da praia ou no gramado são as principais formas de prevenção. Outra dica é prestar atenção se o local costuma ser frequentado por cães e gatos.

Da mesma forma, a atenção dos cuidadores com seus pets também é muito importante. “É esperado que, quando possível, seja impedido que os animais eliminem suas fezes nas caixas de areia de praças, em quadras de areia e mesmo praias em geral”, afirma Mônica.

Evitar deixar o animal solto na rua, recolher imediatamente as fezes, bem como vacinar e vermifugar os bichinhos são outras medidas de cuidado e prevenção.

Vermes deixam marcas na pele semelhantes às curvas de mapas Foto: tonguy324/Adobe Stock

Tratamento

Segundo a SBD, na maioria dos casos, a doença se resolve sozinha em um ou dois meses. O tratamento, porém, alivia os sintomas e reduz o risco de infecção por bactérias que podem penetrar pelas feridas geradas no ato de coçar.

Para isso, são indicados medicamentos que agem contra vermes (anti-helmínticos) e parasitas (antiparasitários), diz Mônica. Eles podem ser tópicos, como pomadas para a área das lesões, ou orais, em caso de infecção mais duradoura.

O tempo de tratamento varia de acordo com a apresentação clínica, mas costuma durar de três a sete dias, afirma a médica. Nesse período, aplicar bolsas de gelo sobre a lesão ajuda a aliviar a coceira.

Fonte: Externa

BRAIP ads_banner