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Afinal, o que é eczema? É a mesma coisa que dermatite atópica? Especialistas explicam

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Afinal, o que é eczema? É a mesma coisa que dermatite atópica? Especialistas explicam

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Quando Oscar Brann imaginava a aposentadoria, ele pensava em dias pescando com seu neto ou fazendo jardinagem na sua casa em Skowhegan, Maine.

Mas erupções cutâneas vermelhas, escamosas e com coceira apareceram em seu corpo alguns anos atrás, fazendo com que qualquer movimento causasse uma dor excruciante, disse ele. A dor forçou Brann, ex-fabricante de calçados de 62 anos, a se aposentar mais cedo. Em vez de jardinagem, ele passava horas no sofá, tentando encontrar alívio.

“A pele que saía dos meus pés, era uma coisa simplesmente inacreditável”, conta Brann. “Eu tinha que varrer o chão todo dia”.

Brann, que ainda lida com as erupções cutâneas debilitantes, é uma das milhões de pessoas com eczema, um termo amplo para um grupo de doenças de pele. A forma mais comum de eczema é a dermatite atópica, e os termos muitas vezes são usados de forma intercambiável.

O problema geralmente surge durante a infância, explicam especialistas. E embora algumas pessoas a superem, a dermatite atópica pode durar até a idade adulta ou aparecer mais tarde na vida.

Às vezes, as erupções cutâneas são um incômodo que coça e surge de vez em quando. Mas nem sempre é o caso, informa Brittany Craiglow, professora adjunta de dermatologia na Escola de Medicina de Yale. Quando é grave, “pode alterar drasticamente a vida”, diz.

A forma mais comum de eczema é a dermatite atópica. Essa doença de pele causa vermelhidão, dor e coceira. Foto: Ольга Тернавская/Adobe Stock

Como se manifesta?

A dermatite atópica pode aparecer de formas diferentes em pessoas diferentes. Alguém com pele mais escura pode ter erupções cutâneas marrons, roxas ou cinza, enquanto as erupções cutâneas podem parecer rosa ou vermelhas nas peles mais claras.

Independentemente disso, erupções cutâneas secas e com coceira são uma marca registrada do problema. Entre os outros sinais estão pele com secreção ou escamosa, contam os especialistas.

Essas manchas de pele irritada podem aparecer em qualquer lugar, esclarece JiaDe Yu, diretor da Clínica de Dermatite Atópica do Hospital Geral de Massachusetts, mas geralmente surgem na parte interna dos cotovelos, atrás dos joelhos e nas mãos, pés e pescoço.

O problema também tem sinais invisíveis, alertam os especialistas. Por exemplo, pessoas com dermatite atópica grave geralmente têm dificuldade para dormir, ou se concentrar no trabalho ou na escola, e podem ter mais probabilidade de desenvolver ansiedade ou depressão.

“Não é tanto uma doença de ‘vida ou morte’”, comenta Brittany, “mas é uma doença de qualidade de vida”.

O que causa e por quê?

Não está completamente claro o que causa a dermatite atópica, mas há vários fatores em jogo, informam os especialistas.

Todas as pessoas com a doença têm uma barreira cutânea enfraquecida ou danificada, a camada mais externa da pele, ensina Shari Lipner, professora associada de dermatologia clínica no Weill Cornell Medical Center na cidade de Nova York.

Pense na barreira da pele como uma parede de tijolos, compara Yu: as células da pele são os tijolos, e elas são ligadas por uma argamassa feita principalmente de substâncias gordurosas. Quando alguém tem dermatite atópica, a barreira fica “vazada”, explica Joy Wan, professora assistente de dermatologia na Universidade Johns Hopkins. “É quase como se houvesse pequenos buracos nela”, acrescenta Shari, o que facilita a entrada de irritantes e a saída de umidade, causando pele seca, coceira e inflamação.

Existem várias razões pelas quais alguém pode ter uma barreira da pele com vazamento e desenvolver dermatite atópica. Para começar, os genes: a condição tende a ser hereditária, e isso ocorre, pelo menos em parte, porque as pessoas com predisposição genética para dermatite atópica podem ter menos filagrina, uma proteína que mantém a barreira da pele forte, descreve Yu.

Pessoas com dermatite atópica também são mais propensas a ter uma resposta imunológica hiperativa, o que as deixa mais sensíveis a substâncias normalmente inofensivas, como fragrâncias ou conservantes encontrados em produtos de cuidados pessoais, observa Yu. Essa resposta faz com que seus glóbulos brancos liberem muitas citocinas – um tipo de proteína que pode desencadear inflamação da pele.

Pessoas com a doença também podem ter um microbioma de pele menos diverso do que aquelas que não sofrem com o problema, avisa Joy. Isso significa que elas têm um “crescimento insuficiente de certas bactérias saudáveis” e um “crescimento excessivo de bactérias pró-inflamatórias”, detalha Yu, o que pode causar o aparecimento dos sintomas ou agravá-los ainda mais.

Como posso lidar com isso?

Não há cura para dermatite atópica, mas há maneiras de lidar com sintomas leves em casa, apontam os especialistas. Confira:

  • Hidratação: hidratar a pele protege sua barreira e minimiza as crises. Considere pomadas e cremes espessos feitos com vaselina, que são mais eficazes do que loções mais finas, orientam os médicos. Verifique o rótulo para conferir a presença de outros ingredientes hidratantes, como ceramidas, glicerina e dimeticona, aconselha Brittany, mas evite extratos de plantas como camomila, pondera Yu, que podem piorar a dermatite atópica. “Suavidade é a melhor coisa quando você tem eczema”, resume Brittany.
  • Banhos curtos: banhos e duchas longos e quentes ressecam a pele, informa Brittany. Use água morna e limite o banho a 10 minutos. Depois, hidrate a pele enquanto ela ainda estiver úmida para reter a hidratação.
  • Creme anti-coceira: o creme de hidrocortisona a 1% é um esteroide tópico suave, de venda livre, que pode ajudar nas crises menos graves, avisam os dermatologistas. Siga as instruções do rótulo. Se depois de uma semana ele se mostrar ineficaz, pare de usá-lo e considere consultar o especialista.

Os dermatologistas podem prescrever cremes tópicos mais fortes, pílulas, medicamentos injetáveis ou fototerapia para controlar a dermatite atópica grave. Nenhuma opção de tratamento é perfeitamente eficaz para todo mundo, ressalta Yu, mas desde que se desenvolveram os medicamentos para a doença, décadas atrás, “nós avançamos muito”. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Fonte: Externa

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