Novo boletim médico divulgado na tarde deste domingo, 23, revelou um agravamento no quadro de saúde do papa Francisco. Segundo o informe, ele apresenta uma “insuficiência renal leve”. Embora não tenha tido outra crise respiratória (como a que o acometeu na manhã de ontem), ele segue recebendo oxigênio por cateter nasal de alto fluxo. O Vaticano também informou que o papa continua apresentando uma baixa concentração de plaquetas e que seu estado de saúde permanece “crítico”.
Na análise do infectologista Victor Cravo, coordenador das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) dos hospitais Samaritano e Vitória, na Barra, na Zona Oeste, o papa já apresenta três disfunções orgânicas (respiratória, hematológica e renal), o que seria suficiente para caracterizar um quadro de sepse.
Segundo a definição da Sociedade Europeia de Medicina Intensiva, “a sepse é uma síndrome clínica caracterizada pela disfunção de órgãos provocada por uma resposta desregulada às infecções”. O papa, de 88 anos, sofre de pneumonia.
Uma freira reza pela saúde do papa Francisco em frente à Policlínica Agostino Gemelli, em Roma, onde o pontifice está internado desde o último dia 14. (AP Photo/Andrew Medichini) Foto: Andrew Medichini/AP
“O boletim não fala em sepse, mas diz que o papa apresenta disfunções no sistema respiratório, renal e hematológico, o que já caracterizaria um quadro de sepse, com risco alto de morte”, afirmou o médico.
Na tarde de sábado, 22, os médicos que atendem o papa na Policlínica Gemelli, em Roma, onde ele está internado desde o dia 14, disseram em entrevista coletiva que a maior preocupação deles era, justamente, que o quadro de saúde do pontífice evoluísse para uma sepse.
O tratamento para quadros de sepse consiste na administração de altas doses de antibiótico acompanhada de suporte às disfunções orgânicas, caso do uso do cateter de alto fluxo e da transfusão de sangue.