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Inflação pelo IGP-10 acelera em fevereiro, mas deve diminuir de ritmo, diz FGV | Brasil

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Inflação pelo IGP-10 acelera em fevereiro, mas deve diminuir de ritmo, diz FGV | Brasil

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A inflação apurada pelo Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) acelerou de 0,53% para 0,87%, de janeiro para fevereiro, mas deve diminuir de ritmo no curto prazo. A análise partiu do economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) André Braz. O economista explicou que a taxa maior do índice foi impulsionada por commodities mais caras no atacado. Também contribuiu uma concentração de reajustes em preços e serviços, normalmente realizados em janeiro, na formação do cálculo do resultado. O período de coleta do IGP-10 vai do dia 11 de janeiro a 10 de fevereiro.

Ao detalhar o IGP-10 na passagem de janeiro para fevereiro, o especialista destacou a aceleração do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que representa o setor atacadista, e passou de 0,57% para 1,02%, no período. O setor atacadista representa 60% do total do IGP-10.

Todas as cinco principais elevações de preço, no atacado, foram originadas de commodities, comentou o especialista. É o caso dos aumentos observados em café em grão (9,90%); bovinos (3,30%); café torrado e moído (17,68%); minério de ferro (0,42%) e álcool etílico hidratado (5,09%).

“A única commodity que ‘ajudou’ [a segurar a inflação] foi a soja”, afirmou ele, ao destacar o recuo de 6,42% no preço da soja em grão.

E, pelo lado do varejo, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), 30% do IGP-10, passou de 0,26% para 0,44% de janeiro para fevereiro. Das cinco principais elevações que alavancaram o indicador, três eram reajustes normalmente efetuados em janeiro. É o caso dos aumentos em curso de ensino fundamental (6,52%); curso de ensino superior (5,69%); e tarifa de ônibus urbano (5,49%).

“Creio que tivemos um IGP-10 de fevereiro muito ‘tumultuado’ concentrado de reajustes e de aumentos de preços em commodities”, resumiu.

No entanto, ao ser questionado se o IGP-10 sinaliza começo de tendência de desaceleração na inflação apurada pelos Índices Gerais de Preços (IGPs), ele foi cauteloso. O técnico ponderou que há dois fatores de incerteza, esse ano, que podem influenciar fortemente trajetória de inflação em 2025.

O primeiro é a nova gestão de Donald Trump à frente da presidência dos Estados Unidos. Como não se sabe ainda o que exatamente ele taxaria, de entrada de produtos brasileiros em solo americano, não é possível apreender qual seria impacto, na relação de oferta e demanda. Essa postura do presidente americano pode afetar preços de commodities brasileiras, lembrou.

E o segundo fator de incerteza é o dólar. O técnico ponderou que, no momento, o dólar mostra cotação menos pressionada, ante o que mostrou semanas anteriores. No entanto, admitiu que isso pode mudar, em horizonte de longo prazo. Um dólar mais alto eleva preços na cadeia produtiva brasileira, comentou.

Assim, no seu entendimento, não é possível dizer que a inflação sinalizou trégua no IGP-10 de fevereiro. “A gente vai falar muito de inflação. Ela não ‘acabou’ e vai se manter como um dos assuntos principais de 2025”, afirmou.

André Braz, economista da FGV — Foto: Léo Pinheiro/Valor

Fonte: Externa

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