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Estudo aponta três principais fatores de risco para demência; veja quais são

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Estudo aponta três principais fatores de risco para demência; veja quais são

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Uma pesquisa realizada por pesquisadores da Universidade de Oxford revelou que diabetes, exposição à poluição do ar e consumo de álcool são os principais fatores de risco associados ao desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer e outras demências. Publicado na revista científica Nature Communications no final de março, o estudo investigou 161 fatores de risco modificáveis e envolveu a participação de 40 mil indivíduos britânicos com idade superior a 45 anos.

Em pesquisas anteriores, os especialistas do Departamento de Neurociências Clínicas de Nuffield, ligado à universidade, já haviam identificado um “ponto frágil” no cérebro, que são áreas cerebrais que se desenvolvem tardiamente, mais especificamente na adolescência, com a função de processar e integrar informações por meio de diferentes modalidades e sentidos. Uma outra característica dessas áreas é que são as primeiras a se alterar, sendo assim mais suscetíveis ao envelhecimento cerebral e, consequentemente, às doenças neurodegenerativas.

8 em cada 10 pessoas com demência não sabem que possuem a condição. Foto: LIGHTFIELD STUDIOS/Adobe Stock

Como metodologia da pesquisa, os cientistas observaram a atuação de fatores de risco modificáveis, ou seja, aqueles que podemos alterar, justamente nessas regiões mais vulneráveis e descobriram que diabetes, poluição do ar e consumo de álcool são os que mais provocam danos nessas áreas.

Outros 158 fatores, divididos em 15 categorias, foram analisados, como pressão arterial, colesterol, peso, tabagismo, humor depressivo, inflamação, audição, sono, socialização, dieta, atividade física e educação.

“Sabemos que certas regiões do cérebro se degeneram mais cedo no envelhecimento, e, neste novo estudo, demonstramos que essas partes específicas do cérebro são mais vulneráveis a diabetes, doenças relacionadas ao ambiente com ar poluído e consumo de álcool, quando comparadas com todos os outros fatores de risco comuns para a demência”, explicou a neurocientista e líder da pesquisa Gwenaëlle Douaud, em comunicado de imprensa divulgado pela universidade.

De acordo com Anderson Winkler, coautor do estudo e professor dos Institutos Nacionais de Saúde e da Universidade do Texas Rio Grande Valley, no Estado norte-americano do Texas, nos EUA, o avanço proporcionado pelo estudo advém da abordagem abrangente e holística feita pelos pesquisadores.

“O que torna este estudo interessante é que examinamos a contribuição única de cada fator de risco modificável analisando todos eles em conjunto para avaliar a degeneração resultante deste ‘ponto fraco’ cerebral específico”, afirmou o especialista.

Sintomas e estigmas

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de pessoas com demência deve chegar a 139 milhões até 2050, um salto de 150% em relação a 2019, quando 55 milhões pessoas viviam com a condição. No caso do Brasil, o problema afeta cerca de 1,76 milhão de pessoas, mas pesquisas estimam que oito em cada dez delas não receberam o diagnóstico.

Além de diabetes, poluição e uso excessivo de álcool, a geriatra Claudia Suemoto, que também é professora de geriatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), cita outros fatores de risco importantes relacionados ao desenvolvimento de demências, segundo outros estudos:

  • Baixa escolaridade
  • Perda auditiva na meia idade
  • Traumatismo craniano
  • Hipertensão
  • Obesidade na meia idade
  • Tabagismo
  • Depressão
  • Isolamento social
  • Inatividade física

Com relação aos sintomas, Omar Jaluul, geriatra do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, afirma que esquecer acontecimentos recentes pode ser um indicativo da doença, porém, é crucial observar se estamos esquecendo tarefas rotineiras que costumávamos realizar facilmente. “Por exemplo, se éramos responsáveis pela cozinha, pelas compras ou pelo pagamento das contas, e agora encontramos dificuldades em desempenhar essas atividades, é um sinal de alerta que não deve ser ignorado”, destaca o médico.

Na visão de Claudia, é essencial permanecer vigilante aos sinais, mas também desafiar os estigmas associados à doença. Um exemplo é a ideia equivocada de que os sintomas da demência são uma parte natural do envelhecimento.

“Muitas pessoas acreditam que ficar esquecido, se atrapalhar com as coisas a ponto de ter um declínio funcional é normal no processo de envelhecimento, quando na verdade não é. Romper com essa ideia é crucial para o diagnóstico precoce”, destaca.

Outro aspecto abordado pela especialista é a associação comum (e equivocada) entre demência e incapacidade ou loucura. “Especialmente nas fases iniciais, é perfeitamente possível trabalhar com as funções cognitivas remanescentes, desde que a pessoa esteja sob acompanhamento médico”, enfatiza.

Fonte: Externa

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