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Vai viajar no Carnaval? Veja dicas para diminuir o risco de dengue

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Vai viajar no Carnaval? Veja dicas para diminuir o risco de dengue

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Com a chegada do carnaval, muitas famílias aproveitam os dias de folga para viajar. O aumento nos casos de dengue, no entanto, gera um alerta e especialistas recomendam que viajantes redobrem a atenção ao escolher uma acomodação e adotem medidas preventivas para aproveitar a folia com mais segurança.

Quem vai alugar uma casa ou chácara, por exemplo, deve verificar se existem pontos de acúmulo de água em vasos de plantas, pneus e calhas e questionar se a caixa d’água está devidamente tampada. Também é indicado observar se há lixo acumulado ou áreas com vegetação alta. Esses locais podem servir de abrigo para o Aedes aegypti, mosquito transmissor do vírus da dengue.

Vírus da dengue é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti Foto: Divulgação/Governo de SP

“Se o imóvel não tiver telas de proteção nas janelas e portas, pode ser interessante utilizar repelentes de tomada durante a estadia. Caso haja dúvidas sobre a presença do mosquito na região, vale consultar os órgãos de saúde locais, que podem fornecer informações adicionais sobre o risco na área”, diz Filipe Passarelli, infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

O que não pode faltar na mala?

A principal recomendação dos especialistas são os repelentes corporais. Segundo Passarelli, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda que contenham pelo menos uma das seguintes substâncias: DEET, icaridina ou IR3535. Elas são as mais eficazes no combate aos mosquitos.

“Os repelentes são muito importantes. As pessoas vão para cidades do litoral que, muitas vezes, têm áreas de mata e poluição hídrica e podem, eventualmente, se expor aos criadouros. Os repelentes protegem contra isso”, afirma Paulo Abrão, presidente da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI).

“O repelente também é uma boa opção para quem não quer se cobrir todo de roupa, para quem vai para locais mais quentes, como praias, ou para bloquinhos e quer estar bonito para as festas”, adiciona.

Segundo Passarelli, a duração da proteção dos repelentes depende da substância ativa e da concentração do produto. Os que possuem DEET garantem proteção por um período entre 2 e 8 horas, a depender da concentração. Os que contêm icaridina (20-25%) podem durar de 6 a 10 horas, enquanto aqueles à base de IR3535 oferecem cerca de 4 horas de proteção.

“No entanto, fatores como suor excessivo, contato com água ou exposição prolongada ao sol podem reduzir sua eficácia, tornando necessária uma reaplicação mais frequente. Para um uso seguro e eficaz, é sempre recomendável seguir as orientações do rótulo e, em caso de dúvidas, buscar a orientação de um profissional”, frisa.

Existem restrições?

Sim. “Para bebês menores de seis meses, o uso de repelentes químicos não é recomendado, e a proteção deve ser feita com roupas adequadas, mosquiteiros e telas de proteção”, explica Passarelli.

Entre as crianças de seis meses a dois anos, os repelentes à base de IR3535 são os mais indicados, conforme a Anvisa. “A partir dos dois anos, produtos com DEET em concentração de até 10% (com no máximo três aplicações diárias) e icaridina até 25% podem ser utilizados, sempre respeitando a frequência de reaplicação recomendada pelo fabricante”, detalha o médico.

“O repelente não deve ser aplicado nas mãos da criança para evitar contato com os olhos e a boca. Para garantir o uso mais seguro, é recomendável consultar um pediatra antes de aplicar qualquer produto em crianças pequenas”, acrescenta.

Outras recomendações

Outra recomendação é o uso de mosquiteiros, principalmente em berços. “É uma das possibilidades efetivas para evitar que o mosquito pique o bebê. Também é indicado para malária, é um produto importante”, cita Abrão.

Repelentes de tomada também podem ajudar, mas a eficácia depende do tamanho do ambiente e das recomendações do fabricante. De modo geral, é indicado usar um aparelho por cômodo em espaços pequenos e médios. Em ambientes maiores, pode ser necessário utilizar mais de um equipamento.

“É importante verificar se há ventilação intensa no local, pois isso pode reduzir a eficácia do repelente. Pessoas com alergias ou problemas respiratórios devem ter cuidado ao utilizar esses produtos e, se necessário, procurar um profissional de saúde para avaliar a melhor forma de proteção”, alerta Passarelli.

“Roupas de manga longa e calças compridas também são indicadas, especialmente ao entardecer e amanhecer, quando o mosquito tem maior atividade”, continua o médico do Oswaldo Cruz. “Roupas claras são recomendadas porque facilitam a visualização do mosquito e absorvem menos calor, mas, por si só, não são um fator de proteção suficiente contra a dengue”.

Os especialistas ainda sugerem:

  • Instalar telas em portas e janelas para impedir a entrada dos mosquitos;
  • Utilizar ar-condicionado e ventiladores para dificultar a movimentação dos insetos em ambientes fechados;
  • Aplicar larvicidas e inseticidas seguindo as orientações das autoridades, especialmente em locais com crianças ou pessoas alérgicas;
  • Contar com visitas de agentes de saúde para identificar focos e receber orientações.

E a vacina? Ainda dá tempo?

A vacina disponível no País, a Qdenga, possui um esquema de duas doses, com um intervalo de três meses entre elas. “Para quem pretende viajar no carnaval, é importante saber que a vacina não oferece proteção imediata, já que a resposta imunológica mais significativa ocorre cerca de 30 dias após a primeira dose, e a imunização completa só é alcançada após a segunda aplicação”, explica Passarelli.

“Quem já pode se vacinar deve considerar iniciar o esquema para garantir proteção no futuro. No entanto, para o período do carnaval, a melhor alternativa continua sendo intensificar as medidas preventivas, como o uso de repelentes, roupas de manga longa e a eliminação de criadouros do mosquito transmissor”, acrescenta.

No longo prazo, enfatiza Abrão, as vacinas continuam sendo a ferramenta de proteção mais efetiva.

O que fazer em caso de sintomas?

O presidente da SPI ressalta que, ao apresentar sintomas de dengue, é importante buscar atendimento o mais rápido possível. “Ao procurar ajuda ainda no começo, você consegue instituir medidas que evitam o agravamento da doença. É o que chamamos de prevenção secundária, quando a pessoa adoece, mas tentamos evitar o agravamento”.

Os sintomas mais frequentes são:

  • Febre alta súbita;
  • Dor de cabeça intensa;
  • Dor atrás dos olhos;
  • Dor nos músculos e articulações;
  • Fadiga e mal-estar geral;
  • Náuseas e vômitos;
  • Erupção cutânea.

Fonte: Externa

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