Enquanto a digitalização dos processos está entre os fatores apontados pelas seguradoras para o aumento no número de fraudes, também a tecnologia está aumentando a rapidez com que elas são descobertas. Atualmente, a inteligência artificial vem sendo usada para identificar fraudes já na proposta enviada na contratação da apólice.
O dado mais recente do setor é do relatório da CNseg do primeiro semestre de 2024, que mostrou que o volume de fraudes evitadas somava R$ 2,05 bilhões, um aumento de 29,2% em relação ao ano anterior. Só no ramo de vida individual, foram mais de R$ 207 milhões em fraudes evitadas, com um valor médio de R$ 47 mil por tentativa.
A insurtech Azos não divulga o número de tentativas de fraude, mas revela que observou crescimento de 15% nas ocorrências suspeitas nos últimos 12 meses, sobretudo em propostas com padrões irregulares no preenchimento ou com inconsistência documental.
Atualmente, o tempo necessário para identificar uma fraude gira em torno de 12 dias úteis, em média, explica a Brick, mas com a tecnologia pode cair a menos de 24 horas. “Em alguns projetos, conseguimos automatizar integralmente a decisão de mais de 60% dos sinistros.”
Entre as fraudes mais comuns estão omissão ou divergência de dados, como doenças pré-existentes e ocupações de risco; sinistro simulado, inexistente ou até produzido; e documentação falsa ou adulterada. Por exemplo, declaração de falso óbito, automutilação, assasinato de parente ou conhecido, produção de laudos, atestados.
No segmento de automóveis, a prática mais comum é a colisão voluntária, conhecida como “sinistro vivo”, quando há a simulação de um acidente em busca do pagamento da indenização por perda total.