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Recuperar-se de uma cirurgia não é fácil. Exercitar-se na água pode ajudar

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Recuperar-se de uma cirurgia não é fácil. Exercitar-se na água pode ajudar

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A ideia de voltar à rotina de exercícios após uma cirurgia pode causar apreensão. É difícil saber por onde começar, especialmente quando o corpo não está funcionando como antes.

A boa notícia é que ir à piscina local ou fazer terapia aquática pode ser uma ótima alternativa à fisioterapia e aos exercícios em solo. Pesquisas, incluindo um estudo de 2024, indicam que o exercício aquático pode ajudar significativamente os pacientes a se recuperarem tanto mental quanto fisicamente após a maioria das cirurgias.

Atividades na piscina são bem-vindas após a realização de cirurgias Foto: Nejron Photo/Adobe Stock

“A terapia na água às vezes é até mais eficaz do que a terapia em solo, porque os pacientes cirúrgicos não têm o mesmo alcance de movimento e mobilidade”, diz Mara Karamitopoulos, cirurgiã ortopédica pediátrica do NYU Langone Health em Nova York.

Benefícios únicos da água

Para quem enfrenta inflamação e rigidez muscular e articular, a piscina pode ser transformadora.

A flutuabilidade natural da água ajuda as pessoas a se moverem de formas que talvez não consigam em terra firme, diz Carol Stillman, fisioterapeuta especializada em exercícios aquáticos na Sutton Place Physical and Aquatic Therapy, em Nova York. Ficar em pé na água reduz o impacto do peso corporal, aliviando a pressão sobre as articulações e diminuindo o desconforto — tudo isso torna o movimento pós-cirúrgico mais tolerável.

A viscosidade da água também oferece resistência natural, o que ajuda a desenvolver resistência física. “Você pode trabalhar o fortalecimento, a caminhada e a readquirir habilidades após a cirurgia, mesmo com restrições significativas”, descreve Mara. E isso pode ser feito sem suar.

Além disso, a água transmite uma sensação de proteção — é difícil sofrer uma queda brusca em uma piscina, por isso é uma ótima maneira de praticar exercícios antes de passar para a academia ou sala de treino. E, para quem tem acesso a uma piscina terapêutica, onde a água idealmente é mantida entre 31 e 33 ºC, há um benefício adicional: a água morna reduz o inchaço, também conhecido como edema.

“A piscina funciona como um envoltório compressivo em volta do corpo, ou como uma cinta gigante, que reduz o edema — um dos principais sintomas pós-operatórios após uma cirurgia”, comenta Carol. Ela também pode melhorar a circulação e diminuir a dor pós-cirúrgica, segundo um estudo com cerca de 190 pacientes submetidos à cirurgia de reparo do manguito rotador.

Impulso para a saúde mental

Após uma cirurgia importante, é comum sentir ansiedade persistente. Você não consegue fazer as coisas que fazia antes, e o corpo pode ter mudado. Uma meta-análise de 2022 apontou que o exercício aquático está associado a uma redução significativa dos sintomas de ansiedade, depressão e estresse.

Em um estudo de 2023, 12 meses de terapia aquática aliviaram a fadiga, tensão, depressão e raiva em 60 pacientes com câncer de mama, e melhoraram o bem-estar geral das mulheres após o tratamento. Os pesquisadores afirmaram que ela também foi mais eficaz do que ioga ou pilates.

Como a maioria das atividades físicas, o exercício aquático pode aumentar os níveis de dopamina — o hormônio do bem-estar —, ajudando a relaxar e se divertir.

“Você pode se pendurar em uma espaguete de piscina ou colocar halteres sob os braços e, de repente, liberar tensões no corpo que os exercícios em solo não permitiriam”, informa Shea Andreone, instrutora certificada de ginástica aquática na YMCA em Culver City, Califórnia.

Se isso ainda não for incentivo suficiente, Shea afirma que o movimento na água ativa músculos que muitas pessoas normalmente não usam — mas sem parecer tão desafiador. “Você faz um treino completo e ainda dorme muito bem depois”, acrescenta.

Infelizmente, Mara diz que, embora a atividade aquática seja benéfica, poucos médicos a prescrevem, e é difícil encontrar fisioterapeutas licenciados que ofereçam esse serviço.

“Há muitas pessoas que não conseguem fazer uma aula de aeróbica — seja por questões ósseas, articulares, cardíacas ou de equilíbrio —, mas que podem se beneficiar de um programa adaptado na água”, explica ela. Se você não encontrar fisioterapia aquática, Mara sugere procurar aulas de hidroginástica depois que receber autorização do seu médico.

Como escolher

Escolher o exercício aquático certo dependerá da sua cirurgia e exige uma conversa com o seu médico.

“Para algumas pessoas, dependendo de sua condição inicial, o foco será em alongamento, postura ou simplesmente manter-se ereto. Para outras, pode incluir caminhada. Depois, é possível evoluir para corrida com resistência na água”, ensina Mara.

Carol acrescenta que os participantes devem planejar a terapia aquática duas vezes por semana, por seis a oito semanas, e depois migrar para aulas de hidroginástica em grupo para manter a força. E não se preocupe, ela diz — não é necessário ser um grande nadador para participar de uma aula.

Cinco dicas antes de mergulhar

  • Converse com seu médico: Sempre fale com seu médico antes de iniciar qualquer tipo de exercício após uma cirurgia. Certifique-se de que seus ferimentos podem entrar em contato com a água e descubra quando será seguro voltar à piscina após a operação.
  • Esteja pronto para a piscina: Se você tem feridas abertas, sofre convulsões ou tem incontinência, talvez precise evitar a água — embora a incontinência urinária geralmente seja aceita em piscinas terapêuticas, segundo Carol.
  • Faça uma visita ao local: Antes da primeira sessão, visite o local para garantir que você conseguirá entrar e sair da piscina. Alguns terapeutas aquáticos têm cadeiras elevatórias, mas muitas aulas de hidroginástica contam apenas com escadas, que podem ser difíceis de usar no pós-operatório.
  • Converse com o instrutor ou terapeuta: Informe a pessoa que conduzirá a atividade sobre suas limitações. Se estiver em um grupo, peça adaptações.
  • Vá com calma: Deixe a competitividade de lado e aproveite a água. Lembre-se: qualquer movimento é um bom movimento, diz Shea.

Este conteúdo foi publicado originalmente no The Washington Post. Ele foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.

Fonte: Externa

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