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Petz e Cobasi fecham acordo de fusão para criar empresa com receita de R$ 6,9 bilhões

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Petz e Cobasi fecham acordo de fusão para criar empresa com receita de R$ 6,9 bilhões

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A Petz e a Cobasi trabalham para juntar os negócios e criar uma gigante do setor de animais de estimação que terá R$ 6,9 bilhões de receita bruta, 483 lojas e pelo menos 20 marcas, como ZeeDog, Petix, Flicks e Spike!. Caso o negócio seja concretizado, Petz e Cobasi farão uma fusão entre iguais, sendo que cada uma ficará com 50% da nova empresa. Paulo Nassar, da Cobasi, se tornará presidente executivo e Sergio Zimerman, fundador e CEO da Petz, irá para a presidência do conselho.

As conversas aconteciam havia mais de três anos e aceleraram nas últimas semanas, quando se chegou a um acordo sobre relação de troca e governança da empresa combinada. Foi assinado, segundo fontes próximas às negociações, o memorando de entendimentos não vinculante (MOU) para essa possível combinação de negócios. As empresas terão conversas exclusivas por um prazo de 60 dias, prorrogáveis por mais 30 dias. Durante esse período, serão feitas due diligence (diligências prévias) mútuas.

Com geração de caixa medida por Ebitda (juros antes de impostos, depreciação e amortização) ajustada de R$ 464 milhões e caixa líquido de R$ 232 milhões, a nova empresa combinada vê potencial de sinergias que ainda serão calculadas por especialistas, antes de serem apresentadas ao mercado. Porém, as companhias destacam os ganhos de escala e a união de modelos de negócios e direcionamentos estratégicos similares.

Ao criar uma única plataforma, Petz e Cobasi veem fortalecimento da omnicanalidade (presença em diferentes canais de vendas, como físicos e digitais), bem como potencialização da estratégia comercial. Dizem ainda que haverá ganhos com a venda cruzada de marcas próprias e serviços, otimização do plano de expansão e abertura de lojas, ganhos de eficiência de rotas de e-commerce e centros de distribuição e melhor aproveitamento de despesas corporativas. Diversos analistas apontavam oportunidades nesse sentido, quando os boatos sobre a união ficaram fortes no fim de março.

Sérgio Zimerman, presidente e fundador da Petz, será o presidente do conselho de administração
 Foto: Alex Silva/Estadão

Com maior porte, a Petz teve receita bruta de R$ 3,8 bilhões, 249 lojas, Ebitda ajustado de R$ 267 milhões e caixa líquido de R$ 23 milhões no ano passado. A Cobasi, por sua vez, teve receita de R$ 3,1 bilhões, 234 lojas, Ebitda ajustado de R$ 197 milhões e caixa de R$ 232 milhões também em 2023.

A operação está sujeita à aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). O mercado voltado ao varejo de animais de estimação, no entanto, é bastante pulverizado. Hoje, o terceiro colocado, a Petlove, tem faturamento estimado em pouco mais de R$ 1 bilhão.

Caso efetivado, o acordo prevê evidentemente uma empresa com estrutura acionária diferente da atual. Sergio Zimerman, que tinha 29,7% do capital da Petz, passará a ter 14,9% da empresa combinada. Os 70,3% que estavam em free float (em negociação na bolsa) passarão de 70,3% para 35,1%. A soma de ambos equivalerá a 50% da nova empresa.

Do lado da Cobasi, a família Nassar tem 89,5% da companhia, o fundo de investimento Kinea, 7,8%, e outros investidores detêm 2,7%. Eles passarão a ter a outra metade da Petz/Cobasi combinada. O acordo de acionistas será celebrado entre Sergio Zimerman, a família Nassar e o Kinea.

Também ficou estabelecido que Zimerman indicará quatro membros do conselho de administração, enquanto a família Nassar e a Kinea indicarão outros cinco.

O Itaú BBA e o escritório Lefosse Advogados foram assessores da Petz. Do lado da Cobasi trabalharam o banco Morgan Stanley e o Pinheiro Neto Advogados.

Volta ao passado

A aproximação entre a Petz e a Cobasi não é de hoje. Quando fundou a Petz em 2002, Zimerman, recém-falido de uma atacado de produtos de supermercados e farmácias, saiu à caça de um novo negócio. Ele precisava aproveitar uma área de 3 mil metros quadrados na Ponte da Vila Guilherme, zona norte de São Paulo, que havia sobrado da antiga empresa.

Influenciado pelo cunhado que fabricava xampu para cachorros e falava do grande potencial do mercado, Zimerman decidiu prospectar o mercado pet. O primeiro passo, contou o empresário ao Estadão, foi tentar ser um franqueado da Cobasi que, na época, era uma rede já estabelecida. Mas a investida não deu certo. Ele não foi atendido pelos dirigentes da empresa.

Apesar da recusa, Zimerman não desistiu do novo projeto. Durante dias visitou as loja da Cobasi para estudar o negócio, identificar os pontos fortes e fracos, e fazer uma cópia melhorada desse modelo de varejo para animais de estimação. Assim, nasceu a Petz./ Colaborou Márcia De Chiara

Fonte: Externa

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