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Hamas anuncia retirada do Exército israelense de corredor que divide Gaza como parte da trégua | Mundo

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Hamas anuncia retirada do Exército israelense de corredor que divide Gaza como parte da trégua | Mundo

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O Hamas anunciou, neste domingo, a retirada completa das tropas israelenses do corredor Netzarim, que divide a Faixa de Gaza em duas e impede que os deslocados retornem ao norte, no âmbito da frágil trégua entre Israel e o grupo. A faixa de terra foi estabelecida por Israel e até agora era militarizada pelo Exército.

Israel não confirmou a desmilitarização da faixa de terra, mas jornalistas da AFP confirmaram que não havia forças israelenses no local e viram carros, ônibus, caminhonetes e carroças puxadas por burros circulando pela rodovia Salahadin, a principal rota de comunicação de norte a sul da Faixa, que também atravessa o corredor.

“Fui deslocado há muito tempo. Vi pessoas chegando nesta estrada, às vezes até dormindo nela enquanto esperavam a retirada dos militares”, disse à CNN americana Osama Saleem, que esperava que seu veículo fosse inspecionado. “Espero que o Exército israelense se retire de toda Gaza e que a vida volte ao normal.”

As tropas começaram a se retirar do corredor há duas semanas como parte do acordo de cessar-fogo com o Hamas. Desde então, centenas de milhares de palestinos deslocados no sul conseguiram cruzar Netzarim para retornar às suas casas no norte de Gaza, fortemente bombardeado.

A retirada completa de Israel de Netzarim é parte do compromisso israelense com o frágil acordo de cessar-fogo, que no sábado contou com a libertação de mais três reféns — elevando o número de libertados até agora para 16 de um total de 33 pessoas sequestradas pelo Hamas que devem ser soltas em intervalos escalonados durante esta fase.

Após a entrega, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chamou os membros do grupo de “monstros” devido à aparência dos cativos. De acordo com o hospital que os tratou, dois deles, Or Levy e Eli Sharabi, estavam em “mau estado”, enquanto o terceiro, Ohad Ben Ami, sofria de problemas nutricionais graves.

Em troca dos três reféns, Israel libertou 183 palestinos, sendo 18 condenados à prisão perpétua, 54 condenados a penas pesadas e 111 detidos em Gaza após o ataque. Mas a troca era incerta até a véspera, após declarações do presidente americano, Donald Trump, que, ao receber na terça-feira o premier israelense na Casa Branca, propôs que os Estados Unidos assumissem o controle de Gaza e que sua população fosse deslocada para países vizinhos. A ideia foi rejeitada pelo Hamas e condenada pela comunidade internacional.

Dos 183 libertados, um grupo de defesa dos prisioneiros palestinos afirmou que sete precisaram ser hospitalizados “como resultado da brutalidade a que foram submetidos” na prisão. Organizações de direitos humanos e denunciantes costumam denunciar que há uma política de “abuso institucionalizado” em prisões e centros de detenção israelenses.

O cessar-fogo visa encerrar a guerra mais mortal e destrutiva já travada entre Israel e o Hamas. O acordo permitiu o aumento da entrada de ajuda humanitária no enclave e possibilitou que centenas de milhares de palestinos retornassem ao que restou de suas casas no norte do enclave. Ao todo, é esperado que 33 reféns israelenses sejam libertados em troca de quase 2 mil prisioneiros palestinos. Segundo o Hamas, oito desses reféns foram mortos em 7 de outubro ou no cativeiro.

Mas a segunda — e muito mais difícil — fase do acordo ainda não foi negociada. O Hamas afirma que não libertará os reféns restantes a menos que Israel encerre a guerra, enquanto Netanyahu insiste que continua comprometido em destruir o grupo palestino e acabar com seu controle de quase 18 anos sobre Gaza. Passados mais de 15 meses de guerra, cerca de 47 mil a 61 mil pessoas foram mortas nos bombardeios israelenses, e o território foi amplamente destruído.

No sábado, após a quinta troca de reféns e prisioneiros, Netanyahu ordenou que os negociadores retornem ao Catar para continuar as conversas sobre o cessar-fogo com o Hamas. Ele, no entanto, prometeu sua promessa de aniquilar o grupo e libertar todos os reféns restantes no território palestino. No mesmo dia, o Hamas disse não querer prolongar o conflito com Israel.

“Retomar a guerra certamente não é o nosso desejo e não mostra a nossa determinação”, disse o membro do comitê político do Hamas, Basem Naim, em uma entrevista após as trocas, alertando que o cessar-fogo em vigor está “em perigo” devido ao “atraso e a falta de comprometimento” de Israel em implementar a primeira fase da trégua.

Ainda que Netanyahu tenha ordenado o avanço das negociações, fontes israelenses ouvidas pelo Haaretz disseram acreditar que o premier pretende sabotar o acordo — e que a delegação que segue para o Catar não avançará para a segunda fase da trégua. Uma das fontes disse que trata-se de “um show” do primeiro-ministro, já que ele está “sinalizando claramente que não quer passar para a próxima fase”.

“Ele está enviando uma equipe sem capacidade para fazer qualquer coisa”, declarou, acrescentando que as imagens dos reféns sendo libertados provavelmente prejudicaram Netanyahu nas pesquisas de opinião. “Eleitores de direita veem que não derrotamos o Hamas, e seus membros continuam armados. As placas nos palcos em Gaza durante os eventos de retorno dos reféns zombam de Netanyahu e fazem referência ao seu slogan de ‘vitória total’.”

A proposta de Trump, no entanto, pode atrapalhar o andamento do acordo. Em uma entrevista à Fox News no sábado, Netanyahu elogiou a ideia do presidente americano e disse que Israel estava disposto a “fazer o trabalho”.

“Acho que a proposta do presidente Trump é a primeira ideia nova em anos e tem o potencial de mudar tudo em Gaza”, disse Netanyahu, garantindo que é a “abordagem correta” para o futuro do território palestino.

O Egito, por sua vez, anunciou que sediará uma cúpula árabe extraordinária em 27 de fevereiro para abordar “os últimos acontecimentos sérios” relacionados aos territórios palestinos. O país é contra receber palestinos, como propõe o presidente americano.

Neste domingo, o ministro das Relações Exteriores egípcio, Badr Abdelatty, partiu para Washington para se reunir com altos funcionários do governo Trump e congressistas. O objetivo é “fortalecer as relações bilaterais e a parceria estratégica entre o Egito e os Estados Unidos” e realizar “consultas sobre a situação regional”, disse o Ministério das Relações Exteriores egípcio em nota.

O ataque do Hamas contra Israel deixou 1,2 mil mortos e 250 sequestrados, entre israelenses e estrangeiros. Desses, 157 foram resgatados na primeira trégua do conflito, em novembro de 2023, ou em operações militares posteriores. Agora, Israel acredita que cerca de um terço, ou possivelmente até metade, dos quase 90 reféns restantes estejam mortos.

Fonte: Externa

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