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Fazer terapia é bom, mas há terapeutas ruins; veja os tipos que devem ser evitados e até denunciados

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Fazer terapia é bom, mas há terapeutas ruins; veja os tipos que devem ser evitados e até denunciados

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Em sua primeira sessão com uma nova terapeuta em San Diego, Elise, 37 anos, imediatamente se sentiu desconfortável. Não por algo que a terapeuta tenha dito, mas pelo fato de que ela estava pedalando uma bicicleta ergométrica durante a conversa.

Maria Danna, 35 anos, ficou alarmada quando sua terapeuta em Portland, Oregon, “sacudiu vigorosamente uma maraca na minha cara” para “captar a energia que eu estava emanando na sessão”.

E Carson, que buscou ajuda de um psiquiatra em Ohio para depressão pós-parto severa e ansiedade, sentiu-se perturbada quando o médico lhe enviou milhares de mensagens de texto e, eventualmente, revelou seus sentimentos sexuais por ela.

A terapia é transformadora para muitas pessoas, independentemente de terem ou não uma doença mental. Mas o que fazer se seu terapeuta for antiético, incompetente ou até abusivo?

No ano passado, o The New York Times perguntou aos leitores se já haviam tido uma experiência ruim com um terapeuta e recebeu mais de 2.700 respostas.

Entre elas, havia exemplos de violações éticas, comportamentos não profissionais e interações simplesmente bizarras. (Alguns leitores que compartilharam suas histórias pediram para ser identificados apenas pelo primeiro nome para proteger sua privacidade.)

“Há uma espécie de piada na área de que toda turma de pós-graduação tem pelo menos um ou dois estudantes sobre os quais todos os outros têm sérias dúvidas ou preocupações”, conta Eric Jones, terapeuta em Santa Ana, Califórnia. “Somos eticamente obrigados a impedir que os ruins obtenham licença, mas o sistema não é perfeito. Já demiti ou denunciei vários por conduta inadequada.”

Embora, segundo a experiência de Jones, os bons terapeutas superem em número os ruins, ele e outros especialistas incentivam os pacientes a confiarem em sua intuição se algo parecer errado.

Jonathan E. Alpert, chefe do departamento de psiquiatria do Montefiore Einstein, em Nova York, diz que a “estrela-guia” de um terapeuta deve ser a saúde e o crescimento contínuo do paciente ou cliente. Se não for, ele acrescenta, “algo está errado”.

Pacientes relatam casos de terapeutas antiéticos, incompetentes e até mesmo abusivos. Comportamentos inadequados devem ser denunciados, ressaltam especialistas. Foto: Sabrena Khadija/The New York Times

Quando um terapeuta se aproxima demais

Os terapeutas devem manter limites físicos e emocionais com os clientes. Violar esses limites pode incluir divulgar regularmente detalhes íntimos de sua vida pessoal, tocar o paciente de maneira inapropriada, flertar, oferecer presentes ou tentar estabelecer uma relação social fora do consultório.

Se um terapeuta nos Estados Unidos está ignorando os limites profissionais, um lugar para encontrar apoio é a Therapy Exploitation Link Line, ou TELL, uma rede de suporte que ajuda aqueles que foram prejudicados por terapeutas ou que estão preocupados com o comportamento de seu terapeuta.

Deborah A. Lott é voluntária no TELL e oferece orientações que gostaria de ter recebido nos anos 1980. Na época, com 28 anos, ela teve relações sexuais com seu terapeuta, que, segundo ela, lhe ofereceu vinho e cannabis. Ele implorou para que ela voltasse à terapia. Ela voltou temporariamente, antes de finalmente cortar o contato.

“Uma vez que você se torna emocionalmente dependente, é muito difícil sair, mesmo sabendo que algo está errado”, analisa Deborah. “Essa pessoa tem todos os seus segredos. Você investiu tempo, dinheiro, energia. E eles dizem que o problema é seu. Há muita manipulação envolvida.”

O que ela agora sabe é que um terapeuta ético jamais teria um caso sexual ou emocional com um paciente.

“O paciente poderia estar nu e implorando por sexo”, exemplifica Jan Wohlberg, uma das fundadoras do TELL, “e ainda assim a responsabilidade de estabelecer e manter limites seguros e terapêuticos é sempre do terapeuta”.

[No Brasil, a denúncia sobre a conduta profissional de psicóloga ou psicólogo deve ser feita no Conselho Regional de Psicologia (CRP) do Estado do paciente. Os contatos podem ser conferidos aqui. Segundo o Conselho Federal de Psicologia (CFP), para realizar a denúncia, é preciso informar o nome e a qualificação da(o) denunciante; o nome e qualificação da(o) denunciada(o); a descrição circunstanciada dos fatos; toda prova documental que possa servir à apuração do(s) fato(s) e de sua autoria; a indicação dos meios de que o representante pretende se valer para provar o alegado; e o interesse do representante em participar de mediação com a(o) representada(o). O CFP ainda reforça que é um órgão de segunda instância, apto a julgar pedidos de recurso de processos já tramitados na primeira instância (ou seja, nos CRPs)]

Quando um terapeuta abandona o profissionalismo

Vários leitores que escreveram descreveram terapeutas que estavam constantemente atrasados, comiam durante a sessão, não informavam sobre taxas, faltavam às consultas ou simplesmente desapareciam. Mais de 130 pessoas relataram que seu terapeuta adormeceu durante a terapia — às vezes a ponto de babar ou roncar.

“Eu estava no meio de uma explicação sobre como me sentia invisível na minha família”, escreveu Melissa Petty, 71 anos, sobre um incidente ocorrido há mais de uma década em Dallas. “Olhei para cima e o terapeuta estava dormindo! Encontrei um novo terapeuta imediatamente.”

Alguns leitores compartilharam histórias sobre terapeutas que ofereciam serviços desnecessários ou tratamentos da moda para os quais não pareciam qualificados.

Erin, 30 anos, que mora em Nova York, disse que ficou surpresa quando sua terapeuta a instruiu a observar luzes piscando em um tubo estreito.

Trata-se de um tipo de estimulação utilizada na terapia de dessensibilização e reprocessamento por movimentos oculares (EMDR, na sigla em inglês), um tratamento que visa aliviar o sofrimento associado a memórias traumáticas.

Mas Erin estava na terapia para lidar com a ansiedade causada pela pandemia, não por trauma. Repetidamente, a terapeuta perguntava: “Está funcionando?”, lembra Erin, enquanto a conexão do Zoom ficava instável. “Foi uma experiência surreal.”

Quando um terapeuta simplesmente não se importa

Leah Odette, 44 anos, que vive em Long Beach, Califórnia, procurou uma nova terapeuta para tratar sua ansiedade e foi inesperadamente recebida por um cachorro. Para alguns clientes, um animal de estimação pode ser bem-vindo, mas não para Leah.

Ela explicou à terapeuta que tinha um medo profundo de cães, mas, segundo Leah, suas preocupações foram rapidamente ignoradas. “Fingi me acalmar e abaixei para acariciá-lo, mas ele me mordeu”, conta. “A terapeuta culpou minha ansiedade pela reação do cachorro.”

Outros leitores disseram que seus terapeutas não pareciam estar ouvindo ou não tinham nada útil a dizer sobre as experiências que compartilhavam.

“Durante minha última sessão, o terapeuta literalmente ficou olhando para fora da janela, sem fazer contato visual comigo durante toda a consulta”, lembra Emily, 34 anos, de Pittsburgh. “Terminei o relacionamento por e-mail naquela noite.”

Quando você se sente decepcionado com seu terapeuta

Se algo inapropriado aconteceu ou se seu terapeuta simplesmente não é adequado para você, é importante encontrar outra pessoa — permanecer em uma situação que não é saudável nem produtiva não lhe fará bem, informa Jessica M. Smedley, psicóloga clínica em Washington, D.C.

E se você sentir que um limite ético foi ultrapassado, pode denunciar seu terapeuta ao conselho de licenciamento.

No entanto, algumas situações podem não ser tão claras. Digamos que você normalmente se sinta seguro e apoiado por seu terapeuta, mas há algo que o incomoda: ele uma vez dormiu durante uma sessão. Nesse caso, pode ser válido conversar sobre sua preocupação.

Então, observe como ele ou ela reage.

“Um terapeuta que reage de maneira defensiva ou que não consegue aceitar o feedback e mudar é um terapeuta com quem alguém não deveria continuar trabalhando”, resume Alpert.

Este texto foi originalmente publicado no The New York Times. Ele foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.

Fonte: Externa

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