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Como ter um cérebro eficiente?

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Como ter um cérebro eficiente?

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ENVIADA ESPECIAL A FORTALEZA* – Não existe nenhum distúrbio. Os exames de sangue e imagem estão normais. Mesmo assim, falta algo, que o paciente tenta identificar indo ao consultório do neurologista. Na sala de espera, outro paciente busca tratamento após ter um burnout. Na tentativa de dar conta de grandes demandas, ele começou a usar remédios sem prescrição – medicamentos para déficit de atenção, antidepressivos, drogas para dormir – e a cabeça “pifou”. Eles não sabem, mas estão em busca da mesma fórmula: como ter um cérebro mais eficiente de forma saudável?

O neurocirurgião Fernando Gomes, professor da Universidade de São Paulo (USP), explorou essa questão durante o Congresso Brain 2025: Cérebro, Comportamento e Emoções, promovido entre 18 e 21 de junho em Fortaleza, e compartilhou algumas respostas possíveis.

Um cérebro eficiente realiza tarefas sem desperdiçar recursos Foto: Arnate/Adobe Stock/Gerado com IA

Eficiência, lembrou Gomes, “é realizar algo sem desperdício de recursos, da melhor forma possível“. Essa capacidade é extremamente importante para um órgão que equivale a aproximadamente 2% do peso humano (cerca de 1,5 kg), mas consome 20% da energia do corpo.

“O cérebro sempre busca eficiência. Aprendemos e realizamos tarefas de forma a gastar menos energia sempre que possível”, afirmou o especialista.

Dito isso, como ajudar o órgão nessa tarefa? Gomes elencou cinco pontos:

1) Explore o ritmo circadiano – De forma geral, dormimos durante a noite e ficamos mais ativos durante o dia, mas existem variações individuais (veja aqui como identificar seu cronotipo). Uma organização respeitosa da agenda, considerando os horários de melhor funcionamento do seu organismo e prevendo pausas, contribui com a saúde do cérebro e do corpo como um todo.

2) Cuide do cérebro como órgão – Essa orientação engloba o que Gomes reuniu sob o termo ASA:

  • A – alimentação saudável: A relação entre alimentação e saúde do cérebro começa ainda na gestação, com a dieta materna impactando o desenvolvimento cerebral do bebê, e perdura por toda a vida. Gomes explicou que alguns hábitos alimentares, como a dieta cetogênica, parecem interferir na cognição. “Isso me chama atenção porque não é à toa que, nos relatos bíblicos, pessoas com alguma questão importante faziam jejum em busca de clareza mental”, comentou. Pensando em longo prazo, o neurologista recomendou uma dieta mais próxima à dieta mediterrânea, rica em frutas, verduras e legumes, peixes e grãos integrais.
  • S – sono reparador: “Sabemos que existe um processo ativo durante o sono, responsável pela memória, pelo equilíbrio e reequilíbrio emocional”, disse Gomes. Uma boa saúde do sono também favorece o funcionamento do sistema linfático, impactando o desempenho do cérebro em vigília.   
  • A – atividade física regular: Durante o exercício físico, o corpo libera substâncias importantes para o bem-estar e há aumento do fluxo sanguíneo no cérebro, o que contribui com a eficiência do órgão. “Sabemos que existe uma conversa direta entre trabalho muscular, aumento da frequência cardíaca e saúde psicocerebral”, reforçou.

3) Controle o estresse

O estresse modulado ajuda, provoca, tira-nos da zona de conforto. Mas o excesso de estresse está associado a diversos malefícios, incluindo prejuízos ao sistema imunológico. Relaxar, meditar e adotar rituais que estimulem reconexão e pertencimento podem ajudar nessa tarefa.

4) Aposte na socialização

Estar em conjunto é extremamente importante para o enriquecimento pessoal, a redução da ansiedade e a sensação de pertencimento, fatores associado à longevidade e à qualidade de vida.

5) Estimule a cognição

Não basta exercitar o corpo. É preciso treinar também o cérebro por meio de exercícios que estimulem a capacidade de raciocínio e a criatividade. E não adianta recorrer à inteligência artificial. Ela pode tornar as tarefas mais eficientes, mas não o cérebro. “Jogar no ChatGPT e depois dar uma olhadinha”, disse Gomes, “é perder uma grande chance de exercitar o cérebro”.

*A repórter viajou a convite do Congresso Brain 2025: Cérebro, Comportamento e Emoções

Fonte: Externa

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