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Como saber se é pré-diabetes? Veja os sinais e quando procurar um médico

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Como saber se é pré-diabetes? Veja os sinais e quando procurar um médico

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“Eu era rato de padaria”, relembra João Sabadell, de 53 anos. Crédito: TV Estadão | 11.11.2016

O pré-diabetes é uma condição em que os níveis de glicose no sangue (açúcar no sangue) estão acima do normal, mas não altos o suficiente para serem classificados como diabetes tipo 2. De acordo com o atlas da Federação Internacional de Diabetes (IDF), em 2024, 15,2 milhões de pessoas no Brasil receberam diagnóstico de glicose em jejum prejudicada e 17,7 milhões de tolerância à glicose diminuída, dois marcadores laboratoriais que alertam para o pré-diabetes. As condições, que podem coexistir, revelam que o organismo já enfrenta dificuldades para controlar o açúcar no sangue.

Quando um quadro é considerado pré-diabetes?

O pré-diabetes é diagnosticado quando os resultados dos exames indicam alterações nos níveis de glicose. Os principais critérios incluem:

  • Glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dL;
  • Hemoglobina glicada entre 5,7% e 6,4% (esse exame reflete a média da glicose no sangue nos últimos três meses);
  • Teste oral de tolerância à glicose (TOTG) com resultado de glicemia, após duas horas, entre 140 e 199 mg/dL.

Após a identificação do quadro, recomenda-se que pessoas com pré-diabetes sejam reavaliadas em um intervalo de 12 meses.

Quadro é caracterizado quando a glicemia de jejum está acima de 100 e abaixo de 126 mg/dL. Foto: Freepik / jcomp

E quando procurar um médico?

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), esses exames devem ser feitos regularmente a partir dos 35 anos. Abaixo desta idade, os testes são recomendados para pessoas com fatores de risco, como sobrepeso ou obesidade, síndrome de ovários policísticos e histórico familiar.

Saiba mais sobre os fatores de risco para pré-diabetes aqui.

Quais os sinais de alerta?

O pré-diabetes é um quadro silencioso. No entanto, em alguns casos, certos sintomas alertam que o paciente apresenta níveis altos de glicemia, como:

  • Necessidade constante de urinar durante a noite;
  • Visão turva;
  • Cansaço;
  • Infecções recorrentes;
  • Má cicatrização de feridas;

Agora, entre os indicativos de que o paciente já ultrapassou o estágio de pré-diabetes para diabetes tipo 2 estão:

  • Aumento da sede e da fome;
  • Dormência ou formigamento nas mãos e nos pés;
  • Feridas que não cicatrizam;
  • Infecções frequentes;
  • Perda de peso não intencional.

Esse quadro oferece riscos à saúde? Quais?

Embora a principal preocupação costume ser a evolução do quadro para a diabetes tipo 2, devido aos riscos associados à doença, estudos indicam que o público no estágio intermediário já pode ter mais chances de apresentar problemas cardíacos e neurológicos.

“No pré-diabetes, a maioria dos indivíduos já apresenta algum grau de comprometimento do sistema cardiovascular”, aponta Luciano Giacaglia, coordenador do Departamento de Diabetes Tipo 2 e Pré-diabetes da SBD.

Segundo o médico, muitos pacientes podem evoluir para um infarto ou um acidente vascular cerebral (AVC) antes mesmo de receberem o diagnóstico de diabetes. “Isso mostra que o pré-diabetes não é apenas um fator de risco para o desenvolvimento do diabetes tipo 2, mas também para complicações cardíacas”, destaca.

Além disso, segundo Giacaglia, há uma relação direta entre níveis altos de glicose e o declínio cognitivo, capaz de impactar os pacientes mesmo em um cenário de pré-diabetes.

“Tanto que a doença de Alzheimer tem sido chamada informalmente, por alguns especialistas, de diabetes do tipo 3”, comenta. Esta seria uma forma de destacar o efeito tóxico que a glicose elevada pode exercer sobre os neurônios.

É possível reverter?

“Sim, o pré-diabetes pode ser reversível, especialmente quando diagnosticado precocemente”, aponta Tarissa Petry, endocrinologista do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Investir em alimentação saudável, atividade física regular e perda de peso pode normalizar os níveis de glicose e prevenir a progressão para o diabetes.

De acordo estudos, como o estabelecido pelo Programa de Prevenção do Diabetes (DPP), a diminuição de 5% a 10% do peso corporal já pode reduzir bastante o risco de evolução para a doença.

Apesar disso, Giacaglia ressalta que, quando o assunto é pré-diabetes e diabetes, o termo mais adequado é “remissão” e nunca “cura” ou “reversão”.

É que, apesar do controle dos níveis de glicose no sangue, quando uma pessoa desenvolve pré-diabetes, entende-se que ela já perdeu um percentual da função do pâncreas e das células beta pancreáticas, responsáveis pela produção de insulina.

Algumas dessas células podem voltar a funcionar, mas grande parte é, de fato, perdida, e não se regenera. “Por isso, não é possível recuperar a função como era antes. É justamente por essa razão que a prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais”, alerta.

Quais os tratamentos indicados?

“O tratamento do pré-diabetes envolve modificação comportamental e, para alguns pacientes, o uso de medicamentos”, explica o médico Ruy Lyra da Silva Filho, coordenador do Departamento de Diabetes Mellitus da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (Sbem). A mudança de estilo de vida inclui alimentação adequada, perda de peso e prática sistemática de atividade física.

O médico cita que há estudos que indicam que pessoas que adotam intensivamente essas medidas podem reduzir em até 58% a chance de progressão para diabetes tipo 2.

Para Giacaglia, é importante seguir uma alimentação com os principais macronutrientes e micronutrientes, como fibras, vitaminas e minerais, além de evitar alimentos ultraprocessados, especialmente aqueles ricos em gorduras saturadas, gordura trans e colesterol.

Além disso, segundo as diretrizes da SBD, pessoas com pré-diabetes devem realizar pelo menos 150 minutos semanais de atividade aeróbica de intensidade moderada, o que ajuda a reduzir o risco de progressão para a doença.

Por fim, remédios são indicados quando a mudança de estilo de vida, com manutenção da perda de peso, não é possível para um paciente. Também são recomendados para pessoas com maior risco de progressão, como indivíduos com obesidade clínica, história pregressa de diabetes gestacional e idade maior que 60 anos.

Fonte: Externa

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