As urnas abriram nesta sexta-feira (19), no horário local, para a primeira fase da maratona de eleições gerais na Índia, dando início a uma votação na qual o primeiro-ministro Narendra Modi busca ganhar um raro terceiro mandato consecutivo.
Cerca de 969 milhões de pessoas podem votar nas maiores eleições da história da humanidade. O pleito será feito em sete fases durante as próximas seis semanas no país mais populoso do mundo.
A votação a nível nacional é considerada uma das mais importantes em décadas, já que o poderoso partido de direita Bharatiya Janata (BJP), de Modi, busca maioria absoluta e um mandato para alargar o seu desenvolvimento e as políticas nacionalistas hindus estabelecidas durante o seu governo, que já dura 10 anos.
Estas políticas transformaram a Índia econômica e culturalmente, e o governo do BJP foi definido por um afastamento da base secular da Índia, que foi construída sobre os valores democráticos de Justiça, liberdade, igualdade e secularismo – em direção ao majoritarismo hindu.
O manifesto de campanha do BJP tem foco na criação de emprego, programas anti-pobreza — como a expansão da distribuição de alimentos e de programas de habitação — e no desenvolvimento nacional, com especial atenção para as mulheres, os pobres, os agricultores e os jovens.
No cenário mundial, Modi quer que a Índia se torne membro permanente do Conselho de Segurança da ONU; pressionará a candidatura para os Jogos Olímpicos de Verão de 2036; e pretende levar um astronauta à Lua.
Desafiando o BJP está o principal partido da oposição da Índia, o Congresso Nacional Indiano, e a sua recém-formada aliança de partidos ÍNDIA.
O bloco de oposição aposta em uma abordagem unificada para lutar contra o domínio do BJP ao longo da última década.
A campanha do Partido do Congresso promete “liberdade do medo” e proteger os valores democráticos, como a liberdade de expressão e de crença religiosa defendidas na Constituição.
Seu manifesto também enfatiza a Justiça, a equidade e o bem-estar, prometendo o reconhecimento das uniões civis entre casais LGBTQ+, a proteção das minorias religiosas e a segurança e o empoderamento das mulheres, entre outras promessas, como a aprendizagem para jovens licenciados.
A Comissão Eleitoral da Índia impôs restrições aos meios de comunicação, incluindo a CNN, que limitam a publicação de reportagens e análises antes e durante os dias de votação.