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Chá de hibisco: conheça os benefícios, as contraindicações e o modo ideal de preparo

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Chá de hibisco: conheça os benefícios, as contraindicações e o modo ideal de preparo

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Com origem na Ásia e na África Oriental, o hibisco fincou suas raízes no Brasil durante o período colonial e, desde então, tem sido utilizado tanto para fins ornamentais quanto para consumo como planta alimentícia não convencional. De nome científico Hibiscus sabdariffa L., é conhecido também por variações como vinagreira, flor da Jamaica, rosela, entre outras.

Rico em vitamina C, antioxidantes e outros compostos, é na forma de chá que o hibisco chega à mesa de muitos brasileiros. E um dos fatores que motiva sua ingestão é o fato da planta ser popularmente relacionada à perda de peso, associação que motivou diversas pesquisas em busca de uma resposta mais objetiva nesse sentido.

Chá de hibisco se destaca pela ação antioxidante Foto: Uuganbayar/Adobe Stock

Outras possibilidades de uso da planta, que seguem sendo estudadas, incluem desde tratamentos de hipertensão arterial e desconfortos gastrointestinais até redução do colesterol e controle de infecções hepáticas.

Porém, essas associações devem ser cautelosas, de acordo com a professora e pesquisadora Luciana Lopes, que integra o departamento de Química da Universidade Federal de Lavras (UFLA). “Algumas vezes uma planta medicinal pode apresentar potencial, mas para que o efeito desejado ocorra, a ingestão poderia ser de quantidades não recomendadas pela falta de estudos de segurança”, explica.

Quais as principais substâncias do hibisco?

Quando se fala em hibisco, não se trata de um planta única: existem mais de 200 tipos. Por isso, pesquisas relacionadas à espécie alertam que muitos exemplares do grupo podem conter efeitos ainda desconhecidos.

O tipo consumido como chá é o Hibiscus Sabdariffa. É essa espécie que tem seus efeitos associados ao emagrecimento, de acordo com Vanderlí Marchiori, nutricionista especialista em fitoterapia e fundadora da Associação Paulista de Fitoterapia (APFIT).

Dentre as substâncias presentes em sua composição estão os polifenóis, compostos com propriedades antioxidantes, além das antocianinas. “As antocianinas são os fitoquímicos que dão aquela coloração vermelha ao chá e que têm propriedades anti-inflamatórias e extremamente diuréticas”, detalha Vanderlí. Esse composto é o que justifica a utilização da planta como agente complementar na redução de peso, de acordo com a nutricionista.

Estudos sobre o hibisco também destacam a presença de vitamina C, ácidos fenólicos e betacaroteno.

Quais os benefícios do chá de hibisco?

Alguns dos benefícios relacionados ao chá de hibisco são recorrentemente citados em estudos e pesquisas:

Dentre as principais propriedades antioxidantes do hibisco estão os ácidos polifenólico, araquídico, cítrico, esteárico e málico, além de fitoesteróis e antocianinas.

Por isso, um dos benefícios da bebida é a atuação contra os radicais livres, moléculas instáveis capazes de danificar as células e aumentar o risco de diversas doenças.

  • Auxílio na eliminação de líquidos retidos

Apesar de haver pesquisas que citam o efeito diurético como um dos benefícios proporcionados pelo chá, ainda não há um consenso sobre quais propriedades da bebida ajudam na eliminação de líquidos e sais retidos no corpo.

Uma das candidatas, porém, é a quercetina, um flavonoide com ação antioxidante e anti-inflamatório. Porém, outra aposta é a influência do chá de hibisco sobre a aldosterona, hormônio que regula os níveis de sódio e potássio no organismo.

  • Auxílio na redução da pressão arterial

Um dos possíveis benefícios do chá é a ajuda no controle da pressão arterial, mas ainda faltam estudos para uma correlação mais sólida. O que se constatou até aqui é que a planta tem potencial terapêutico relacionado à pressão arterial, mas não é indicada para substituir nenhum tratamento médico, e sim atuar de forma complementar.

Até agora, as pesquisas apontam que alguns dos caminhos possíveis seja a ação inibidora que o chá de hibisco exerce na enzima conversora de angiotensina (ECA), presente no sistema que regula a pressão arterial, ou através do efeito regulador sobre o óxido nítrico, que atua como vasodilatador.

Outros estudos sugerem que a bebida pode auxiliar no aumento do bom colesterol, o HDL, e ainda reduzir os níveis de triglicerídeos e LDL, o chamado colesterol ruim.

A justificativa se ancora em um dos prováveis efeitos dos flavonoides, que é colaborar com a dilatação dos vasos sanguíneos e a proteção do sistema cardiovascular.

O chá de hibisco realmente emagrece?

Ao fazer uma pesquisa rápida na internet, percebe-se que a bebida é recorrentemente associada à perda de peso, e prova disso são sugestões de busca como “chá de hibisco emagrece” e “chá de hibisco emagrece em quanto tempo?”. No entanto, esse é um dos efeitos que ainda seguem sem confirmação científica.

Luciana, pesquisadora que conduziu testes em busca de uma elucidação sobre o tema, fala sobre o processo e algumas conclusões. “Nosso trabalho foi no sentido de verificar a possível inibição de enzimas envolvidas na digestão de carboidratos pelo chá de hibisco, já que ele é usado de forma popular com esse objetivo. As pesquisas foram iniciais e in vitro. Dessa forma, pelos nossos resultados, nenhuma associação entre chá de hibisco e emagrecimento pode ser afirmada”, enfatiza.

Ela reforça ainda que é importante entender que produtos naturais não são, necessariamente, isentos de riscos. Uma simples mudança na quantidade consumida pode levar à toxicidade, por exemplo.

Por isso, faz um adendo: “O chá de hibisco pode ser ingerido, apresenta sabor agradável e é rico em antioxidantes. No entanto, atribuir efeitos farmacológicos como emagrecedor, anti-hipertensivo, imunomodulador, entre outros, não é adequado”.

Antes de uma afirmação científica que correlacione a perda de peso ao chá de hibisco seriam necessários mais testes em seres humanos.

O chá de hibisco atrapalha o sono?

“O hibisco não contém cafeína e não tem efeito estimulante”, diz Vanderlí. Devido a essas características, consumir a bebida, em tese, não traria interferências diretas no sono.

Apesar disso, a fitoterepeuta faz uma ressalva: “Ele altera a qualidade do sono no momento em que estimula o funcionamento da bexiga”. Por isso, consumir o chá pode ter impacto na quantidade de idas ao banheiro.

Quais são as contraindicações?

Segundo Vanderlí, pessoas que têm pressão baixa e problemas renais e hepáticos, como hepatite C ou insuficiência renal, devem evitar o consumo do chá de hibisco.

Além disso, a especialista cita que o uso não é recomendado para gestantes e lactantes. A justificativa estaria, de acordo com trabalhos da área, nos efeitos que o chá de hibisco pode ter sobre o útero, além de possivelmente causar mutações no DNA.

Como preparar?

Chá de hibisco pode ser consumidor em até 24 horas após o preparo Foto: Igor Normann/Adobe Stock

Para o preparo da infusão de hibisco, Vanderlí indica que, após a fervura da água, sejam aguardados cerca de 5 minutos para que o líquido atinja a temperatura aproximada de 80ºC. E prossegue: “Para meio litro de água, colocar uma colher de sopa das flores de hibisco, tampar e deixar descansando”.

Cabe ressaltar que, nesse caso, a orientação da especialista é para uso da flor natural de hibisco ao invés de sachês prontos vendidos em supermercados. Inclusive, Vanderlí orienta que o preparo seja apenas com a flor em si, e não de outras partes da planta.

Para maior garantia da qualidade e procedência, a cartilha da Anvisa com orientações sobre o uso de fitoterápicos detalha que chás vendidos como plantas medicinais devem ser comercializados secos, embalados e com identificação pelo nome botânico.

Para finalizar, a fitoterapeuta também destaca que, uma vez que esteja pronto, o chá seja consumido em até 24 horas.

Fonte: Externa

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