O Ministério da Educação (MEC) deve autorizar a abertura de 7,5 mil a 7,7 mil vagas de medicina pleiteadas por meio de liminar, sendo que cerca de metade já recebeu aval da pasta. Com isso, o setor deve ter um incremento de 18% no número de vagas quando frente a julho do ano passado, quando os processos judiciais começaram a ser analisados. A estimativa é dos bancos Morgan Stanley e Citi.
“Os participantes do mercado acreditam que a prioridade do MEC é concluir todas as solicitações pendentes fora do Mais Médicos antes de decidir os vencedores do programa”, destaca trecho de relatório assinado por Maurício Cepeda, Lucas Nagano e Arthur Alves, analistas do Morgan Stanley.
Em média, o MEC está vetando 50% das vagas pleiteadas judicialmente. Segundo estimativas do Morgan, o MEC pode autorizar mais 3,1 mil vagas, que podem ser de pedidos de abertura de novas escolas de medicina ou ampliação de vagas em cursos já existentes. Já nos cálculos do Citi, a previsão é de mais 3,7 mil vagas de medicina até o fim do processo de análise das liminares.
“A Afya e Yduqs estimaram uma expansão de 3 a 4 mil assentos, potencialmente considerando apenas liminares, por isso acreditamos que o mercado pode estar subestimando a expansão potencial pela metade”, dizem os analistas do Morgan. Há muitos grupos de ensino abrindo cursos de medicina sem autorização do MEC, apenas com uma liminar judicial.
“Em suma, o MEC continua muito ativo na aprovação de novos assentos, alimentando naturalmente as preocupações com uma saturação mais rápida do mercado”, destacam Leandro Bastos e Renan Prata, do Citi.
“A magnitude do aumento da oferta reforça nossa visão de que o poder de precificação do setor e a ocupação de assentos devem enfrentar desafios no futuro, levando a uma menor valorização por assento”, dizem os analistas do Morgan.
Segundo Cepeda, Nagano e Alves, do Morgan Stanley, apesar da pressão setorial, há beneficiários e desafiados. Ser e Yduqs foram os principais beneficiários, sendo que o primeiro grupo ganhou 300 vagas por meio de liminares, enquanto o segundo recebeu 356, principalmente, via processos administrativos.