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Por que casacos e cobertores que estavam no armário podem disparar alergias? Como evitar?

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Por que casacos e cobertores que estavam no armário podem disparar alergias? Como evitar?

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Basta uma frente fria chegar para os casacos e cobertores saírem do armário — e, junto com eles, vêm espirros, coceiras e olhos lacrimejando. Para quem sofre com alergias, o reencontro com as roupas de frio guardadas por meses pode ser um gatilho nada agradável.

Antes de usar roupas e cobertores que ficaram muito tempo no armário, é importante caprichar na higienização das peças. Caso contrário, há risco de reações alérgicas Foto: AAlves/Adobe Stock

De acordo com a médica Maria Elisa Bertocco Andrade, diretora científica adjunta da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), isso acontece porque, longe da luz e da ventilação, essas peças se tornam abrigo perfeito para os ácaros, micro-organismos que se alimentam da pele humana e cujos fragmentos podem desencadear reações em pessoas com alergias respiratórias (como asma e rinite) ou cutâneas (como a dermatite atópica).

Não é o ácaro vivo que causa alergias, mas sim seus fragmentos e excrementos. “Eles contêm substâncias que desencadeiam uma reação do organismo, levando à produção de anticorpos IgE. Estes ativam os mastócitos, que liberam mediadores responsáveis pelos sintomas alérgicos”, decsreve Maria Elisa.

As alergias cutâneas, segundo a diretora científica, vão provocar coceiras, inflamações na pele e vermelhidões. Em casos mais graves, também podem levar ao surgimento de fissuras, acompanhadas de sangramentos. “No caso das alergias respiratórias, os sintomas da rinite são espirro, coceira no nariz (prurido nasal), aumento da coriza e obstrução nasal. Já o olho pode apresentar vermelhidão, coceira e lacrimejamento”, detalha a médica.

Até o pulmão pode ser impactado pelas alergias, já que elas aumentam o risco de broncoconstrição (fechamento dos brônquios), o que costuma resultar em dificuldade na respiração e tosses.

Como evitar as reações alérgicas

O recomendado é sempre lavar as roupas de cama, as blusas e os casacos que passaram um longo tempo no armário. “Geralmente, quando chega a primavera, as pessoas empacotam e guardam os cobertores e as roupas de frio até o próximo inverno, o que pode favorecer o acúmulo de ácaros. E, quando essas peças são usadas novamente, os sintomas de alergia podem ser desencadeados”, comenta Maria Elisa.

“Sempre recomendamos lavar tudo ao fim do verão ou quando uma frente fria se aproxima. Assim, você evita crises alérgicas”, aconselha a médica.

Até existem estratégias para evitar o acúmulo de ácaros, como embalar as peças, algo feito em lavanderias. Mas a principal recomendação é a lavagem. Afinal, nem todos conseguem reproduzir em casa os mesmos cuidados profissionais.

Tecidos podem influenciar

De acordo com Cristiane Passos Dias Levy, otorrinolaringologista e especialista em alergias respiratórias do Hospital Paulista, alguns tecidos, como a lã, acumulam micro-organismos com mais facilidade. “Já o tecido de algodão, que é mais natural, acumula menos ácaros. O poliéster, por sua vez, pode irritar a pele de quem tem alergias”, ensina.

De acordo com ela, se o frio estiver batendo à porta e surgir a dúvida se é melhor investir em um cobertor de lã ou edredom, não precisa pensar muito: a recomendação é priorizar edredons de algodão, menos alergênicos. Ela lembra, porém, que algumas peças são feitas com pelos de animais, como edredons de plumas de ganso — essas devem ser evitadas. “Há pessoas que têm alergias”, justifica.

Maria Elisa ainda destaca que os ácaros também aparecem na cama e no travesseiro. “Mesmo sendo um local limpo, a descamação da nossa pele penetra no tecido, tornando-se um local perfeito para o ácaro crescer. Ele sempre vai ficar onde tem alimento”, pontua. Logo, é importante trocar os lençóis pelo menos uma vez por semana e, segundo Cristiane, colocar uma capa antiácaro no colchão e no travesseiro.

Além disso, recomenda-se uma boa higienização desses acessórios. O travesseiro, por exemplo, deve ser lavado à seco, em locais especializados. Assim, o interior não fica úmido, o que favorece a proliferação dos ácaros. Para limpar o colchão e o estrado (suporte), indica-se recorrer a um aspirador de pó e pano úmido. Outra medida essencial é ficar de olho nas instruções do fabricante em relação ao tempo certo de troca dos travesseiros e colchão.

Fonte: Externa

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