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Ombro congelado: conheça o problema capaz de limitar os movimentos

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Ombro congelado: conheça o problema capaz de limitar os movimentos

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Mais comum entre indivíduos de 40 a 60 anos, a capsulite adesiva, também conhecida como “ombro congelado”, é uma condição que causa a perda gradual de mobilidade do braço, acompanhada de dor e rigidez intensa. Apesar do nome, a doença não tem ligação com baixas temperaturas, mas sim com um enrijecimento que dificulta as atividades diárias.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Ombro e Cotovelo (SBCOC), a condição afeta de 2% a 5% da população mundial. “A doença se manifesta em um quadro inflamatório mediado por várias substâncias e provoca dois sintomas principais: dor e limitação da função em graus variados. Existem formas mais graves e outras mais suaves. É muito comum a dor noturna, espontânea e especialmente ao final do movimento”, explica Marcelo Campos, presidente da SBCOC.

O ortopedista conta que o ombro congelado é três vezes mais comum nas mulheres e costuma aparecer no período pós-menopausa. “Existe uma relação com algumas doenças endócrinas, em especial o hipotireoidismo, que também é mais comum entre as mulheres, e o diabetes”, detalha.

O chamado ombro congelado causa um enrijecimento que dificulta as atividades diárias Foto: brillianata/Adobe Stock

Lucieudo Amorim, fisioterapeuta do Hospital Regional Vale do Jaguaribe, destaca que pacientes com diabetes têm cinco vezes mais chances de desenvolver o ombro congelado. “Nos pacientes com diabetes, a condição se mostrou mais severa e mais resistente ao tratamento. Ao observar o curso da doença, percebe-se que ele é mais demorado, quando comparado com pessoas sem diabetes”, diz. “No passado, o diabetes era a doença mais associada ao ombro congelado, mas estudos mais recentes corroboram a associação com doenças da tireoide”.

Doença tem três fases

A doença evolui em três fases distintas, segundo Campos. “A primeira fase é chamada de inflamatória e se caracteriza pela dor, que vai aumentando progressivamente, e uma perda progressiva no movimento. No caso das mulheres, elas podem ter dificuldade em abotoar o sutiã, em pentear o cabelo”, exemplifica.

Na segunda fase, apelidada de “congelamento”, a dor pode diminuir, mas a rigidez aumenta e limita progressivamente os movimentos. Já na terceira fase, de “descongelamento”, o estímulo inflamatório agudo cessa e a pessoa começa a se recuperar.

“Uma vez que a pessoa tenha a condição em um ombro, a chance de ter no outro ou nos dois de forma simultânea varia de 60% a 80%. Quando ela acontece de forma bilateral, é extremamente incapacitante”, afirma Campos.

João Polydoro, ortopedista especialista em cirurgia do ombro e cotovelo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, destaca que muitos médicos costumam associar o problema a uma bursite ou tendinite, daí a importância de buscar especialistas em caso de sintomas. “Quando a capsulite adesiva é identificada em uma fase muito precoce, algumas vezes é possível reverter o quadro com o uso de medicações”.

Diagnóstico

O diagnóstico de ombro congelado é realizado por meio da análise da história clínica e de exames físicos. O médico avalia a presença de dor e a redução da amplitude de movimento do ombro, especialmente na rotação externa, comparando com o lado não afetado.

Segundo Polydoro, exames de imagem também podem ser solicitados para verificar se há espessamento no ligamento ou edemas. “Ultrassonografias e ressonâncias magnéticas podem identificar alguma causa da doença. Além do sexo, diabetes e doenças da tireoide, a condição pode ser influenciada por traumas, como lesões de tendão, e tendinite calcária”.

Tratamento

O tratamento depende do estágio da doença. “Na primeira fase, o controle da dor é feito com anti-inflamatórios não hormonais e principalmente corticoides. Nos últimos 20 anos, também se tornou comum o uso de substâncias conhecidas como moduladores da dor”, pontua Campos. Infiltrações intra-articulares e bloqueios de nervos são outros tratamentos possíveis.

Para a segunda etapa, o indicado é a fisioterapia para melhorar a movimentação. Já na fase de descongelamento, são indicados alongamentos mais avançados e o retorno da prática de atividades esportivas. “Durante todo o tratamento, é recomendável a manutenção do movimento do paciente. Qualquer exercício que não cause dor está bem indicado”, destaca Campos.

Segundo Amorim, o tempo médio de recuperação da doença varia de 8 a 12 meses, mas, em casos mais graves, a recuperação completa pode levar até 3 anos.

Não há medidas preventivas comprovadas, porém o controle do diabetes e de doenças relacionadas à tireoide é indicado. “Não existe nenhuma comprovação de que isso vai evitar o surgimento da capsulite adesiva, mas é sempre adequado ter o controle dessas doenças crônicas, que podem trazer diversos problemas aos pacientes”, destaca Polydoro.

Amorim cita que manter o ombro em movimento e evitar mobilizações prolongadas podem ajudar. A prática de exercícios de mobilidade, como alongamentos, também é indicada. “Boa alimentação, boa qualidade de sono e um bom manejo de questões psicossociais também podem estar associados a uma redução na incidência do quadro”.

Fonte: Externa

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