Nilza Mara dos Santos Pina, 47 anos, conhece bem as dificuldades de quem vive longe dos grandes centros. Moradora de Ipuã, no interior paulista, ela precisava viajar quilômetros para fazer exames básicos. “Tudo era longe, complicado. E a gente nem sempre conseguia vaga”, lembra. Hoje, essa realidade ficou para trás. Nilza faz tomografia, ressonância e raio-x na Santa Casa do próprio município. Até o encaminhamento para uma cirurgia no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto foi feito ali mesmo. “Foi tudo mais rápido, mais humano. Estou voltando a viver com qualidade”, comemora.
O caso de Nilza ilustra os impactos positivos de um novo modelo de gestão da saúde pública em São Paulo, liderado pela Secretaria de Estado da Saúde. Com foco na descentralização, ampliação dos serviços e uso estratégico da tecnologia, o Estado está reestruturando o atendimento para garantir mais acesso, resolutividade e cuidado próximo de casa.
Em Tatuí, na região de Sorocaba, o operador de máquinas Waldemar Florentino da Silva Filho, de 42 anos, sofreu uma fratura exposta no pé em um acidente grave no qual quase resultou em amputação. Mas graças à atuação da equipe da Santa Casa local — agora equipada com tecnologia adquirida com recursos estaduais —, o pé foi salvo. “Conseguimos realizar todos os procedimentos aqui mesmo, com o suporte de equipamentos modernos que adquirimos por meio da Tabela SUS Paulista”, conta Maria Laura Lavorato Matias, diretora-executiva da unidade.
Outro exemplo é o de Tereza Aparecida Solai Domingo, de 89 anos, moradora de São Roque. Com dificuldade de locomoção, ela passou a receber atendimento médico em casa por meio de telemedicina. Um agente de saúde leva um tablet até sua residência, conectando-a com um profissional da rede estadual. “Antes era um sacrifício ir até o posto. Agora, com essa tecnologia, é muito mais fácil. E meu médico é ótimo!”, diz, sorrindo. Histórias como essas são reflexo direto das mudanças implementadas nos últimos dois anos.
Mais Recursos, Mais Atendimento, Mais Resultados
Um dos pilares dessa transformação é a Tabela SUS Paulista, criada em janeiro de 2024. A medida representou uma virada no financiamento da rede hospitalar ao estabelecer repasses até cinco vezes maiores que os da tabela SUS federal. A iniciativa tem garantido fôlego financeiro a cerca de 900 hospitais filantrópicos e municipais, Santas Casas e prestadores de serviços, responsáveis por 50% de todo o atendimento hospitalar público realizado em São Paulo.
Com mais de R$ 6,7 bilhões já repassados, os efeitos são concretos: o número de cirurgias de alta complexidade cresceu 36,4% em comparação a 2022; procedimentos oftalmológicos aumentaram 40%; cirurgias de mama, 30%; e oncológicas, 25%. Desde o início da atual gestão, mais de 2,2 milhões de cirurgias eletivas foram realizadas, sendo 1,2 milhão apenas em 2024 — quase o dobro da média histórica.
Os critérios para o reajuste consideraram a defasagem de valores, a importância estratégica dos procedimentos e a necessidade de reduzir filas de espera. O novo modelo corrige distorções financeiras e reforça a capacidade dos hospitais em oferecer diagnósticos e tratamentos com mais rapidez, principalmente em áreas críticas como o combate ao câncer.
Expansão da infraestrutura: leitos e hospitais mais próximos
Outro avanço importante foi na ampliação da infraestrutura hospitalar. Nos últimos dois anos e meio, o Estado entregou mais de 6,5 mil leitos, entre novos e reativados, distribuídos por todas as regiões. O número equivale à construção de 30 hospitais de médio porte.
Esse reforço tem ajudado a reduzir deslocamentos de pacientes e o tempo de espera por internações, tornando o atendimento mais rápido e eficiente.
Saúde Digital Paulista: tecnologia encurtando distâncias
Mas a transformação não é só física. Lançado em 2024, o Programa Saúde Digital Paulista tem transformado o cuidado à população ao integrar tecnologia aos serviços de saúde. Com atendimentos por telemedicina em todos os níveis — da atenção primária à alta complexidade —, o programa já realizou mais de 80 mil teleatendimentos e promove a integração de dados, o monitoramento em tempo real e a capacitação de profissionais.
Um dos destaques é o TeleAPS, presente em 60 UBSs, que já realizou mais de 34,6 mil atendimentos domiciliares para pacientes com mobilidade reduzida, beneficiando mais de 21 mil pessoas. O AME+Digital oferece consultas em 14 especialidades. Foram mais de 5 mil atendimentos com um índice de resolutividade superior a 85%. Já o TeleUTI apoia 35 hospitais com suporte clínico remoto, beneficiando mais de 2 mil pacientes graves.
Pelo app do Poupatempo, é possível agendar mamografias, fazer check-ups masculinos, testes de dependência à nicotina e consultar a posição na fila de transplantes.
Gestão voltada para resultados
Para o secretário de Estado da Saúde, Eleuses Paiva, os resultados refletem uma gestão pública focada em impacto real na vida das pessoas. “Com a Tabela SUS Paulista e o Programa Saúde Digital, estamos promovendo uma transformação concreta na saúde pública de São Paulo. De um lado, fortalecemos a rede hospitalar. Do outro, usamos a tecnologia para aproximar o cuidado de quem mais precisa. O resultado é um sistema mais eficiente, resolutivo e justo”, afirma.
Essa transformação é vivida diariamente por Nilza, Waldemar, Tereza e milhares de paulistas, que agora têm acesso a cuidados mais próximos, ágeis e humanos, recuperando a qualidade de vida e a dignidade no atendimento.
Com investimentos, planejamento e atenção centrada na experiência do paciente, a saúde pública em São Paulo reencontra sua missão fundamental: cuidar de cada cidadão onde quer que ele esteja — com respeito, agilidade e excelência.
