BRAIP ads_banner

EUA e Europa pausam aplicação da vacina contra chikungunya em idosos após eventos adversos

CasaNotícias

EUA e Europa pausam aplicação da vacina contra chikungunya em idosos após eventos adversos

Após ataque hacker, site da Prefeitura de Porto Alegre fica fora do ar
Fernanda Paes Leme deixa maternidade após dar à luz Pilar
Abel reclama do gramado do Barradão após vitória do Palmeiras

As agências reguladoras de medicamentos nos Estados Unidos (FDA) e na Europa (EMA) emitiram comunicados recomendando uma pausa no uso da vacina contra chikungunya em idosos enquanto avaliam relatos de eventos adversos graves. No Brasil, o imunizante foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 14 de abril e sua incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) está em análise.

A Food and Drug Administration (FDA) e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), nos Estados Unidos, recomendam a interrupção temporária na aplicação da Ixchiq em indivíduos com 60 anos ou mais. Na Europa, a European Medicines Agency (EMA) orienta a pausa para idosos a partir de 65 anos. Os demais públicos — indivíduos de 18 a 59 anos, nos Estados Unidos, e de 12 a 64 anos, na Europa — podem ser vacinados normalmente.

Instituto Butantan trabalha em uma versão da vacina da Valneva com componentes nacionais Foto: Mateus Serrer/Comunicação Butantan

Os órgãos afirmam que foram relatados 17 eventos adversos graves, dois deles resultando em óbitos, em idosos de 62 a 89 anos que receberam o imunizante em todo o mundo — aproximadamente 80 mil doses de Ixchiq foram distribuídas globalmente e 40 mil já foram aplicadas, estima a farmacêutica austríaca Valneva, fabricante da vacina.

“Um dos casos fatais envolveu um homem de 84 anos que desenvolveu encefalite. O segundo caso envolveu um homem de 77 anos com doença de Parkinson cuja dificuldade para engolir piorou e pode ter causado pneumonia por aspiração”, informa a EMA. Os dois casos fatais ocorreram no departamento ultramarino francês de La Réunion, onde há uma campanha de vacinação em andamento após um recente surto de chikungunya.

As entidades ressaltam que a a maioria dos relatos envolve indivíduos com condições médicas crônicas subjacentes e que os eventos podem não estar ligados ao imunizante. “Muitas das pessoas afetadas também tinham outras doenças e a causa exata desses eventos adversos e sua relação com a vacina ainda não foram determinadas”, enfatiza a agência europeia.

A EMA acrescenta que seu comitê revisará todos os dados disponíveis para avaliar os benefícios e riscos do imunizante e fazer uma recomendação sobre se deve haver mudança nos termos de sua autorização. Lembra ainda que a vacina não deve ser administrada em pessoas com sistema imunológico enfraquecido por doença ou tratamento médico, independentemente da idade.

A Valneva, por sua vez, afirma que “está comprometida em manter os mais altos padrões de segurança e se envolveu proativamente com as autoridades de saúde em todos os territórios onde a Ixchiq é licenciada para fornecer informações oportunas sobre todos os eventos adversos graves conhecidos”.

A vacina

A Ixchiq contém uma cepa do vírus chikungunya que foi atenuada (enfraquecida) para não causar a doença. A lógica é a seguinte: quando uma pessoa recebe o imunizante, seu sistema imunológico reconhece o vírus enfraquecido como “estranho” e produz anticorpos contra ele. Se mais tarde ela for infectada, suas defesas reconhecerão o invasor e serão capazes de combatê-lo de maneira mais eficaz.

No Brasil, a autorização da Anvisa permite a aplicação da vacina em pessoas a partir de 18 anos e há uma análise em andamento sobre sua incorporação ao SUS. O pedido de registro foi feito em parceria com o Instituto Butantan, que trabalha em uma segunda versão do imunizante em parceria com a Valneva.

A Anvisa afirma que acompanha as ações da EMA e do FDA referentes aos idosos e, como parte das atividades de farmacovigilância, está avaliando o benefício-risco do uso da Ixchiq em indivíduos nessa faixa etária. De acordo com a agência, ainda não houve comercialização da vacina no Brasil.

O Butantan informa que está acompanhando as investigações de segurança dos órgãos reguladores.

A doença

A doença é causada pelo vírus chikungunya (CHIKV), transmitido por mosquitos do gênero Aedes.

De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas incluem febre, dor intensa nas articulações, dor de cabeça e muscular, inchaço nas articulações, manchas vermelhas pelo corpo, náuseas e vômitos.

A maioria dos pacientes se recupera em uma semana, mas alguns permanecem sentindo dor nas articulações e uma parcela pode desenvolver uma doença aguda grave, associada à falência múltipla de órgãos.

Em 2025, o País já contabilizou 91.110 casos prováveis da doença, segundo o ministério. Foram confirmadas 75 mortes e outros 71 casos fatais seguem em investigação.

Fonte: Externa

BRAIP ads_banner