A posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos e a expectativa por seus primeiros decretos no cargo guiam os ativos internacionais, com queda firme do dólar no exterior, enquanto os mercados de ações e de títulos americanos permanecem fechados devido ao feriado do dia de Martin Luther King.
Trump planeja emitir um amplo memorando nesta segunda-feira que orienta as agências federais a estudar as políticas comerciais e avaliar as relações comerciais dos Estados Unidos com a China e os vizinhos continentais, segundo o jornal. No entanto, o memorando não impõe novas tarifas imediatas. As tarifas normalmente fortalecem o dólar.
“Apesar de Wall Street estar fechada na segunda-feira para o Dia de Martin Luther King Jr. (ou talvez porque esteja fechada), os mercados financeiros continuam nervosos sobre o impacto potencial dos primeiros 100 dias do presidente republicano no cargo”, diz o CMC Markets, em relatório.
Além disso, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) adotou uma postura mais cautelosa devido à incerteza sobre as próximas decisões da Casa Branca, afirma o CMC Markets. “Se os aumentos iniciais das tarifas forem menos severos do que o esperado, a força do dólar pode se reverter.”
Entre os indicadores econômicos, a agenda dos Estados Unidos está tranquila nesta semana, especialmente com o Fed em seu período de silêncio antes da próxima reunião de política monetária, em 29 de janeiro. Os resultados financeiros trimestrais de empresas seguem no radar dos investidores.
Os agentes financeiros devem acompanhar ainda o Fórum Econômico Mundial de Davos, com a participação de Trump de forma digital programada para quinta-feira. A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, também fará discursos no evento.
Hoje, na Europa, o índice Stoxx 600 fechou em alta de 0,06%, a 523,93 pontos.
Por fim, na Ásia, o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) manteve as taxas de juros de referência inalteradas pelo terceiro mês consecutivo. No Japão, o mercado precifica uma chance de 85% de que o Banco do Japão (BoJ) aumente as taxas de referência em sua reunião na próxima sexta-feira.
“Dados recentes — incluindo consumo robusto, 2% acima da inflação por um período considerável, e crescimento salarial saudável contínuo — apoiam um aumento de juros pelo BoJ em janeiro”, diz o ING. “Mas monitoraremos de perto a posse de Trump e o desenvolvimento de suas políticas.”