O desinvestimento da Cosan na mineradora Vale visou a uma melhor estrutura de capital da holding e a desalavancagem financeira. Segundo o diretor financeiro da companhia, Rodrigo Araújo, praticamente todo o portfólio da holding teve desinvestimento para fortalecer a liquidez da empresa e reduzir o endividamento.
“O movimento logo no início do ano de alienação das nossas ações de trabalho foi muito focado em desalavancagem, em ajuste de capital. E, ao longo do ano de 2025, a nossa expectativa é, de fato, continuar essa trajetória e estamos aqui bastante focados em assegurar que ao longo do ano a gente consiga executar outros movimentos importantes para que fechemos o ano de 2025 com uma estrutura de capital mais sustentável para a companhia”, disse Araújo.
Em balanço não auditado divulgado na noite de quarta-feira (26), a Cosan reportou prejuízo líquido de R$ 9,3 bilhões no quarto trimestre de 2024, revertendo lucro líquido de R$ 2,3 bilhões. As perdas tiveram a ver principalmente com o “impairment” (baixa contábil) da posição de Vale, que respondeu por R$ 4,7 bilhões do total, além do prejuízo de R$ 1,2 bilhão da Raízen e uma baixa de R$ 2,8 bilhões em prejuízos fiscais.
O executivo afirmou, em teleconferência com analistas, nesta quinta-feira (27), que a empresa iniciou 2024 com uma perspectiva otimista, impulsionada pela expectativa de redução das taxas de juros nos Estados Unidos e no Brasil, projeções de inflação sob controle e a possibilidade de valorização do real frente ao dólar.
Entretanto, no decorrer do ano, houve uma alteração relevante das expectativas de inflação, trajetória de endividamento no Brasil, além do início de um novo ciclo de alta de juros, elevando as expectativas de taxas de juros futuras.
A empresa deixa claro que para 2025, prioridade é desalavancagem, mas frisa que não vai vender ativos estratégicos, sem especificar quais são estes ativos. O executivo destacou, ainda, que a empresa vem fazendo um trabalho importante de alongamento do prazo médio da dívida.
