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China anuncia doação de US$ 500 milhões à OMS e assume a lacuna deixada pelos Estados Unidos

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A China prometeu doar US$ 500 milhões à Organização Mundial da Saúde (OMS), à medida que se prepara para substituir os Estados Unidos como principal doador da entidade, expandindo a influência global de Pequim após a retirada de Washington da cooperação internacional.

O vice-premiê chinês, Liu Guozhong, disse à Assembleia Mundial da Saúde (AMS) que seu País estava fazendo a contribuição para se opor ao “unilateralismo”, uma característica que Pequim frequentemente atribui a Washington, à medida que as relações entre as duas potências se deterioram.

O presidente Donald Trump ordenou a retirada dos EUA da OMS em janeiro, o que deixaria Pequim como o principal doador e membro mais poderoso.

Com o aporte anunciado nesta semana, a China assume o papel de principal financiadora da OMS Foto: Anja Niedringhaus/AP

“O mundo agora enfrenta os impactos do unilateralismo e da política de poder, trazendo grandes desafios à segurança sanitária global”, disse Liu na terça-feira, 20, em Genebra. “A China acredita firmemente que somente com solidariedade e assistência mútua podemos criar um mundo saudável juntos.”

A promessa da China de US$ 500 milhões, que Liu disse que seriam pagos ao longo dos próximos cinco anos, é um dos exemplos mais claros dos esforços de Pequim para preencher o vazio de liderança global deixado por Trump enquanto o presidente persegue sua política externa “América em primeiro lugar”.

“Os ataques e o desprezo do governo Trump pela governança internacional ofereceram novas oportunidades para a diplomacia chinesa”, avalia Zhao Minghao, professor de relações internacionais na Universidade Fudan, em Xangai.

Na terça-feira, 20, o secretário de Saúde e Serviços Humanos, Robert F. Kennedy Jr., chamou a OMS de “moribunda” e “atolada em inchaço burocrático”.

Enquanto isso, Pequim tem se esforçado para se apresentar como uma alternativa superior ao poder dos EUA – ou seja, como um líder global responsável e defensor da ordem internacional. Sob o comando do líder chinês Xi Jinping, Pequim adotou uma política externa mais agressiva em sua tentativa de substituir os EUA como potência mundial – uma estratégia que exige mais aliados – e buscou reescrever as regras da ordem global a seu favor.

Mesmo antes da guinada isolacionista de Washington, a China já vinha expandindo sua influência em organizações como as Nações Unidas. Dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, a China é o que mais contribui com forças de paz da ONU. Em visita à Europa na semana passada, o Ministro da Defesa chinês, Dong Jun, afirmou que seu País contribuiria mais para as operações de paz.

O objetivo, dizem analistas, é moldar as normas internacionais de acordo com a preferência de Pequim, bem como consolidar o papel da China nas cadeias de suprimentos globais.

Sob Trump, os EUA estão envolvidos em uma guerra comercial com a China e ameaçaram impor tarifas altíssimas a rivais e aliados.

Zhao diz esperar que Pequim desempenhe um papel maior na cooperação internacional em relação à saúde pública, às mudanças climáticas e à transição para a energia verde. A China produz mais de 60% dos carros elétricos do mundo e 80% das baterias que os alimentam.

Ao contrário de Trump, que retirou os EUA do Acordo de Paris, o importante tratado internacional para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, Pequim reafirmou seu compromisso com o acordo e intensificou os investimentos em infraestrutura de energia verde no Sudeste Asiático e em outras regiões.

“A China está tentando ser mais ativa em áreas onde tem vantagens”, avalia Zhao.

Pequim também tenta usar a ONU para reforçar suas reivindicações territoriais sobre Taiwan — o Partido Comunista Chinês afirma que usará a força para tomar o controle se a ilha não se manifestar voluntariamente. Por insistência de Pequim, Taiwan está impedida de participar da Assembleia Mundial da Saúde há nove anos.

“A região de Taiwan, na China, a menos que receba aprovação do governo central, não tem base, motivo ou direito de participar da AMS”, disse o Ministério das Relações Exteriores da China em um comunicado na segunda-feira, 19.

Especialistas dizem que Pequim aproveita seu papel em organizações internacionais para promover a ideia de que Taiwan não é um estado soberano.

“A China tem usado a diplomacia da saúde há muito tempo para interferir na participação e visibilidade internacional de Taiwan”, diz Chen Hsiu-hsi, professor de saúde pública na Universidade Nacional de Taiwan.

(A China) construiu laços amigáveis ​​com vários países e promoveu sua própria agenda por meio de organizações e eventos nos quais os EUA não estão envolvidos”, afirma ele, o que torna mais difícil para Taiwan fazer lobby para participar.

A maior participação de Pequim na OMS também pode ajudar a isolá-la das críticas de longa data dos EUA à forma como o País lidou com a pandemia do coronavírus, detectado pela primeira vez em Wuhan.

“É surpreendente que um País como os EUA, que anunciou sua saída da OMS, ataque outro País que está expandindo seus investimentos na organização”, disse um porta-voz da delegação chinesa em Genebra na terça-feira, 20, de acordo com a agência oficial de notícias Xinhua.

Este texto foi originalmente publicado no The Washington Post. Ele traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.

Fonte: Externa

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