O Banco do Estado do Pará (Banpará) registrou lucro líquido de R$ 368,1 milhões em 2024, uma alta de 30,9% em relação ao ano anterior. No quarto trimestre, o lucro foi de R$ 102,1 milhões, com expansão de 54,7% em três meses e 0,9% na comparação anual.
A margem financeira líquida subiu 21,0% no ano passado, a R$ 2,242 bilhões. A carteira de crédito teve expansão de 10,4% em igual base de comparação, a R$ 14,283 bilhões. A inadimplência ficou em 2,12% no quarto trimestre, de 1,88% no terceiro e 1,72% no fim do ano anterior.
As receitas de prestação de serviços subiram 6,7% em um ano, a R$ 225,3 milhões. Já as despesas administrativas aumentaram 10,8%, a R$ 1,301 bilhão. O banco terminou 2024 com 703, mil clientes, 198 unidades de atendimento físico e 2.611 empregados.
O Banpará diz ainda que criou um grupo de trabalho voltado para desenvolver projetos com a visão de atender as demandas da COP30 e alinhados com a continuidade dessas linhas no momento posterior à realização do evento.
“Com essa iniciativa, foi possível o desenvolvimento de projetos incentivadores do crédito, como forma de auxiliar na preparação das empresas para a COP30, trazendo produtos com viés de sustentabilidade e/ou voltados para bioeconomia.”
No balanço de 2023, a auditoria Mazars havia aprovado o balanço com ressalvas, em função de investigações internas. A presidente do Banpará, Ruth Mello, foi afastada pelo conselho de administração em setembro de 2022, quando uma denúncia anônima feita por funcionários foi encaminhada ao colegiado, apontando supostas irregularidades cometidas por ela e pelo vice-presidente financeiro, Vando Ferreira. Eles voltaram aos cargos em agosto de 2023, após o governo do Pará trocar quase todos os membros do conselho que haviam votado contra ela.
Este ano, a Mazars aprovou o balanço sem ressalvas, mas classificou a nova estrutura de governança do banco como um “principal assunto de auditoria” (PAA).
“Conforme mencionado na nota explicativa n° 25.3 às demonstrações financeiras, a Administração do Banco revisou e implementou várias medidas para aprimoramento da estrutura de governança, controles internos e compliance do banco relativamente ao acompanhamento e endereçamento de denúncias incluindo análises internas sobre procedência e determinação de investigações. Devido à importância dessa estrutura de governança para o cumprimento das leis e regulamentos no contexto das operações do Banpará e, consequentemente, na formação de informações confiáveis para fins de elaboração de suas demonstrações financeiras, consideramos esse tema como um principal assunto de auditoria”, diz a Mazars.