A inadimplência das operações de crédito se manteve em 3,2% em setembro, no mesmo nível em que estava em dezembro de 2023. A taxa variou pouco em 2024. Em três meses deste ano — janeiro, fevereiro e maio — chegou a 3,3%, mas desde junho se mantém em 3,2%, de acordo com o Banco Central (BC).
O chefe do departamento de estatísticas do BC, Fernando Rocha, apontou que a inadimplência está baixa. Segundo Rocha, o principal responsável pela estabilidade são “as condições macroeconômicas gerais”.
A estabilidade também está espalhada entre várias linhas. Nos recursos livres para pessoas jurídicas, por exemplo, modalidades de crédito relevantes, como capital de giro, mantiveram a inadimplência em 4,8% entre agosto e setembro. No ano, houve uma alta de 0,2 ponto percentual apenas.
Para pessoas físicas, a inadimplência no crédito pessoal, por exemplo, variou apenas 0,1 ponto percentual no ano, subindo de 3,5% para 3,6%.
Rocha aponta que uma inadimplência baixa e estável é uma boa informação para instituições financeiras e para os clientes. “Uma inadimplência baixa mostra que tanto as pessoas físicas quanto as pessoas jurídicas estão conseguindo pagar suas dívidas, ou seja, que aquele planejamento que a pessoa ou que a empresa fez está sendo bem-sucedido nas condições em que foi concedido”, disse.
A manutenção da inadimplência acontece em um cenário em que o mercado de crédito está em expansão e as taxas de juros, em queda.
Segundo o BC, o saldo de crédito do sistema financeiro subiu 6,7% este ano, para R$ 6,180 trilhões, com crescimento de 7,4% no direcionado (para R$ 2,586 trilhões) e 6,1% no livre (para R$ 3,593 trilhões).
Já a taxa média de juros caiu 0,8 ponto percentual em 2024, para 27,6% em setembro. Em dezembro do ano passado, estava em 28,4%. Essa queda é mais intensa no crédito para pessoas físicas (1 ponto percentual) do que para pessoas jurídicas (0,7 ponto).