O diagnóstico de leucemia do personagem Afonso, vivido pelo ator Humberto Carrão, na novela Vale Tudo, chama atenção para um problema de saúde importante e abre espaço para falar sobre os sinais de uma doença que atinge mais de 11 mil brasileiros anualmente.
Na ficção, o diagnóstico é de leucemia mieloide aguda (LMA), um tipo de câncer do sangue que afeta as células mieloides na medula óssea, interferindo na produção normal das células sanguíneas. Ela pode acontecer em qualquer idade, mas é mais incidente em adultos.
A leucemia mieloide aguda (LMA) é um tipo de câncer no sangue Foto: freshidea/Adobe Stock
As causas da doença ainda não são bem estabelecidas, mas o tabagismo, por exemplo, já é identificado como um fator de risco. Em pacientes com LMA, o histórico de tabagismo foi associado a pior sobrevida e maior incidência de recaída.
Sintomas e diagnóstico da leucemia mieloide aguda
Por ser um câncer de desenvolvimento rápido, a LMA costuma apresentar sintomas importantes logo no seu início. Entre eles estão cansaço extremo, hematomas e sangramentos, falta de ar, febre constante, tonturas e desmaios, perda de apetite e de peso, além de dores de cabeça, nos ossos ou nas articulações.
Descobrir a doença logo no início é fundamental para que o paciente possa ter melhores resultados no tratamento. O primeiro exame que costuma ser realizado é o exame de sangue, um hemograma que pode mostrar as alterações nas células sanguíneas.
No entanto, a confirmação da leucemia e seu subtipo é feita após biópsia da medula óssea (quando um pedacinho do osso da bacia é retirado) ou mielograma (o sangue da medula óssea é avaliado).
Em Vale Tudo, Afonso (personagem vivido pelo ator Humberto Carrão) recebe o diagnóstico de leucemia mieloide aguda Foto: Globo/Divulgação
Como é o tratamento da leucemia mieloide aguda?
Apesar de ser uma doença desafiadora e de evolução rápida, a boa notícia é que existem tratamentos eficazes, capazes inclusive de levar à remissão completa.
Entre as principais opções estão:
- Quimioterapia intensiva, que utiliza diferentes medicamentos em ciclos para eliminar as células doentes da medula óssea;
- Terapia-alvo, indicada para casos em que a LMA apresenta alterações genéticas específicas (como a mutação FLT3, atuando diretamente contra esses genes);
- Imunoterapia, que estimula o próprio sistema imunológico do paciente a combater a leucemia;
- Transplante de medula óssea, realizado com doador compatível, familiar ou não, com potencial de oferecer a cura.
Estes protocolos de tratamento podem ser feitos em conjunto ou separadamente, mas somente o onco-hematologista, profissional especialista nas doenças do sangue, está apto a indicar qual a melhor opção.