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Como os investidores podem enfrentar o gap na divulgação de dados sustentáveis

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Como os investidores podem enfrentar o gap na divulgação de dados sustentáveis

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Este artigo foi escrito por Christian Lelong, gerente de produto para soluções de dados em finanças sustentáveis, e Nadia Humphreys, diretora global de soluções de dados em finanças sustentáveis da Bloomberg.

Dados de sustentabilidade, sejam eles classificados como ESG, clima ou informações não financeiras, podem revelar riscos e oportunidades que as demonstrações financeiras tradicionais podem não captar. Neste post, falaremos sobre os principais desafios que os investidores enfrentam ao interpretar as divulgações das empresas e das estratégias para enfrentá-los.

Avaliar riscos e oportunidades de sustentabilidade em um portfólio é mais complexo do que realizar uma análise financeira tradicional. Em primeiro lugar, a falta de padronização sobre os dados que as empresas divulgam e como os mensuram resulta em centenas de métricas diferentes que os investidores precisam compreender. Fica a critério da maioria das empresas, por exemplo, decidir quais tipos de gases de efeito estufa incluir em seus relatórios, quais os fatores e unidades de conversão do documento e qual a sua abordagem para calcular emissões indiretas. É preciso contar com a avaliação de especialistas para extrair as informações necessárias de um conjunto de dados tão complexo. Por isso, calcular a margem de lucro média de um portfólio é muito mais fácil do que medir sua pegada de carbono.

Em segundo lugar, a utilidade das métricas selecionadas torna-se questionável, caso as empresas as reportem de forma inconsistente, ou deixem de reportá-las. Mais de 4.000 empresas cobertas pela Bloomberg reportam a quantidade de água que captam, mas menos de 3.000 divulgam a quantidade que realmente consomem, e apenas uma pequena parte revela se a água veio de um rio, do município local ou se foi reciclada, por exemplo.

A adoção de padrões obrigatórios nos relatórios, em conformidade com a Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD) na Europa e o Conselho Internacional de Padrões de Sustentabilidade (ISSB), em outras jurisdições, deve melhorar significativamente a qualidade das divulgações não financeiras de milhares de empresas ao redor do mundo. Até maio de 2025, mais de 1.000 empresas haviam divulgado informações sobre CSRD em seus relatórios do FY2024, com dados agora acessíveis por meio do Terminal Bloomberg e do Bloomberg Data License.

Enfrentando os gaps nos dados de sustentabilidade

Por enquanto, e num futuro próximo, os investidores ainda continuarão dependendo das divulgações voluntárias já existentes. Para auxiliá-los a avaliar esse conjunto de dados extensos e esparsos, a Bloomberg oferece um conjunto selecionado de campos em cascata (ou seja, os melhores dados disponíveis a partir de uma sequência priorizada dos campos), além de métricas derivadas e da padronização das diferentes unidades de medida utilizadas por empresas em todo o mundo.

Nosso conjunto de dados padrão para divulgação de sustentabilidade em nível de entidade, que abrange um universo de empresas equivalente a cerca de 95% da capitalização de mercado global, evidencia os desafios dos relatórios voluntários. A falta de exigências de vínculos e de padronização resulta em um grande número de divulgações relacionadas, mas diferentes entre si no escopo de métricas específicas, além de apresentarem baixos níveis de divulgação (Figura 1). Mais especificamente, os analistas de sustentabilidade precisam atravessar centenas de campos, cientes de que os campos ambientais são reportados por 1 em cada 5 entidades, enquanto as métricas sociais estão disponíveis para 1 em cada 3 entidades.

A extensão da divulgação depende do tema e do tipo de atividade da empresa (Figura 2. Obs.: as diferenças de foco empresarial serão contempladas pela avaliação de dupla materialidade prevista na CSRD). Investidores de uma empresa de mineração, por exemplo, talvez priorizem detalhes sobre o envolvimento da comunidade e o consumo de água em suas atividades, enquanto um fabricante de hardware pode preferir focar sua atenção em aspectos da economia circular. Em contraste, empresas de entretenimento com menor impacto ambiental podem ter menos tipos de dados a reportar.

O nível de divulgação varia de acordo com o tamanho da empresa. Por exemplo, grandes empresas com receitas acima de US$ 10 bilhões reportam o dobro de métricas ambientais em comparação a empresas menores, com receitas abaixo de US$ 100 milhões. Grandes empresas tendem a atrair investidores mais sofisticados e estão em melhor posição para alocar mais recursos que avaliem seu desempenho em sustentabilidade.

O nível de divulgação também varia de acordo com a região (Figuras 3 e 4). Com base na cobertura Bloomberg para mais de 16.000 empresas, percebe-se que o grau de completude dos campos é semelhante para a Europa e região da Ásia-Pacífico: a primeira tem uma ligeira vantagem em métricas climáticas, enquanto a última fica um pouco à frente no número total de pontos de dados ambientais e sociais (108 versus 104 campos preenchidos). Enquanto isso, empresas da América do Norte ficam defasadas, com aproximadamente 20% menos pontos de dados nessas categorias. As regulamentações e práticas de longa data dos EUA, porém, resultam em mais pontos de dados de governança do que de empresas em outras regiões.

A demanda dos investidores por dados de sustentabilidade contribuiu para uma duplicação na taxa de divulgação nos últimos 20 anos (Figura 5). Investidores que buscam entender o impacto da sustentabilidade no desempenho financeiro pedem mais transparência, mas a divulgação voluntária tem falhas. A padronização dos relatórios de sustentabilidade em torno de frameworks obrigatórios, como o CSRD e os IFRS S1 e S2, deve resultar em conjuntos de dados mais produtivos.

Como resultado, espera-se que as empresas recebam menos solicitações de dados bilaterais de seus investidores, fornecedores e clientes. Com o tempo, os investidores talvez consigam fazer mais com menos, já que o interesse em divulgações não obrigatórias de menor abrangência tende a diminuir aos poucos.

Como podemos ajudar?

A Bloomberg oferece uma extensa variedade de dados de sustentabilidade por meio do Terminal e dos serviços Data License e Data License Plus ESG Manager, cobrindo mais de 16.000 empresas e aproximadamente 94% da capitalização do mercado global. A Bloomberg também disponibiliza uma ampla gama de ferramentas regulatórias que auxiliam na divulgação, elaboração de relatórios e análise dos dados de finanças sustentáveis, auxiliando os investidores a dar as melhores respostas às novas exigências. Mais informações aqui.

Fonte: Externa

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