O Hospital Israelita Albert Einstein inaugurou na segunda-feira, 17, sua primeira unidade com foco exclusivo em saúde mental e bem-estar. O Espaço Einstein Bem-Estar e Saúde Mental, com 1,4 mil m², fica localizado em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, e é destinado tanto a pacientes adultos quanto pediátricos.
A ideia é reunir em um único lugar atendimentos nessas áreas que, antes, ocorriam de forma descentralizada entre as unidades. “Esse espaço traz uma integração e coordenação dessa assistência, para termos uma visão mais ampla em termos de saúde mental”, comenta o psiquiatra Luiz Zoldan, gerente médico do Espaço Einstein Bem-Estar e Saúde Mental.
Espaço de 1,4 mil m² fica localizado em Pinheiros, na zona oeste da capital paulista Foto: Werther Santana/Estadão
A unidade é uma resposta à demanda crescente por suporte de saúde mental, em quadros associados ou não a problemas físicos. De acordo com Sidney Klajner, presidente do Einstein, a tendência é observada há pelo menos dez anos e ficou mais evidente após a pandemia da covid-19. “Desde 2017, o número de atendimentos do Einstein com passagens pela psicologia hospitalar praticamente dobrou”, conta.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, 970 milhões de pessoas no mundo viviam com algum transtorno mental, sendo ansiedade e depressão os mais comuns.
O Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), centro de pesquisa em saúde global da Universidade de Washington, nos EUA, estima que, em 2020, a pandemia de covid-19 levou a um aumento de 18% nos casos de transtorno depressivo e de 15% nos transtornos de ansiedade em comparação com 2019.
Sala para atendimentos infantis em grupo; unidade vai atender pacientes adultos e pediátricos Foto: Werther Santana/Estadão
Os médicos contam que a nova unidade teve várias inspirações e referências, incluindo a Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) e o McKinsey Health Institute, além da experiência prévia do próprio Einstein ao administrar centros de atenção psicossocial (Caps), por meio de parcerias público-privadas.
A expectativa é que, no primeiro ano de funcionamento, a unidade atinja cerca de 70 mil atendimentos, além dos atendimentos a empresas no programa de saúde corporativa. Para isso, o espaço iniciou os trabalhos com cerca de 40 funcionários, entre médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais. O número, dizem os médicos, deve chegar a 70.
A unidade também funcionará como um um polo para a validação e incorporação de novas tecnologias, de acordo com Zoldan. “Temos programas de aceleração de startups e agora vamos ter um pool de pacientes muito maior para fazer testes para a validação desses processos, sejam softwares para diagnósticos, uso de inteligência artificial para diagnóstico, apoio na jornada do paciente e também para mediar terapias”, diz.
Expectativa é realizar 70 mil atendimentos na unidade no primeiro ano de funcionamento Foto: Werther Santana/Estadão